Agropecuária só deve voltar a melhorar em 2019 no Espírito Santo
De acordo com as expectativas do órgão, caso as condições climáticas do Estado voltem a normalidade...
por Redação Conexão Safra
em 19/09/2016 às 0h00
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A crise hídrica não tem causado apenas falta de água nas torneiras da população capixaba, mas também um prejuízo enorme para os mais de 100 mil agricultores do Espírito Santo. Na tarde desta sexta-feira (16), a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), divulgou que a seca prolongada, que já perdura há três anos, ocasionou uma perda de quase R$ 3,6 bilhões no setor agrícola, entre os anos de 2015 e 2016.
De acordo com as expectativas do órgão, caso as condições climáticas do Estado voltem a normalidade, ou seja, com as temporadas de chuvas acontecendo dentro do previsto, o setor agropecuário deve voltar a prosperar a partir de 2019.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, esse é o segundo pior momento da agricultura na história do Espírito Santo. “A primeira foi a erradicação do café na década dos anos 60. E agora, estamos vivenciando o segundo pior momento. Temos 5,5 milhões de agricultores no país, já temos o risco de perder três milhões deles. Só no Espírito Santo, temos cerca de 100 mil agricultores, mas são os pequenos, os que dependem das suas lavouras para se sustentar, que estão perdendo mais. Para se ter uma ideia, a queda de produção já é maior do que a alta dos preços ”, afirmou.
Neto explicou ainda que a perda de R$ 3,6 bilhões representa um impacto negativo de 25% no setor do agronegócio e por consequência, na economia capixaba. Em 2014, o Estado tinha uma produção total de 6,8 milhões de toneladas. No ano seguinte, esse total reduziu para 5,6 mi/ton e neste ano, foi registrado uma produção de 4,9 mi/ton.
“Devido à toda essa situação, os produtos com ciclo curto são os que devem mais sofrer variação de preços, o que deve impactar diretamente o bolso do consumidor nos próximos dias. As carnes também devem sofrer aumento dos preços. É difícil traçar cenários, porque os agricultores têm buscado outros meios de dar seguimento com suas produções. A inflação dos alimentos, provocada pela seca, é maior do que os outros indicadores oficiais do país ”, ressaltou o secretário.
Segundo Neto, o poder público tem elaborado e colocado em prática ações que visem minimizar e sanar futuramente os problemas provocados pela longa estiagem, como: a construção de barragens, ampliação da cobertura florestal e procurando meios de simplificar e viabilizar a Política Nacional de Recursos Hídricos.
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“Nós não estamos preparados para enfrentar uma crise hídrica de três anos. Historicamente, temos escassez hídrica pontual e excesso de chuvas. Mas nos últimos anos, a nossa utilização dos recursos naturais mudou e muito. A Política Nacional de Recursos Hídricos já existe há 20 anos, no entanto, temos que fazer funcionar de verdade, ela estava adormecida ao longo desses anos. Essa crise hídrica teve um papel pedagógico, ela mudou o comportamento de todos ”, lembrou Octaciano Neto.
Apesar do quadro geral ocasionado pela estiagem prolongada, o secretário afirmou que a única medida com resultado a curto prazo é decisão da União em renegociar as dívidas dos agricultores situados no Estado. Até o momento, o Conselho Monetário Nacional (CMN), liberou a renegociação de produtores rurais de apenas 30 municípios capixabas. A bancada capixaba continua em negociação com o Banco Central e os ministérios da Fazenda e Planejamento.
Resultados da escassez
Um dos carros chefes do setor agrícola também apresentou resultados negativos. O café conilon sofreu uma perda de quatro milhões de sacas, entre os anos de 2014 e 2016. No ano passado, registrou-se uma queda de 40% de produção e neste ano, já foram 23% a menos. Porém, o arábico aumentou a sua produção em 20%, fechando até o mês de agosto, 3,5 milhões de sacas.
A fruticultura saltou dos 1,3 mi/ton, em 2014, para 934 mil/ton neste ano. Já a olericultura fazia cerca de 400 mil/ton (2014) e agora, 381 mil/ton (2016). Se comparar as perdas deste ano com 2014, o mamão sofreu uma queda de 56% de sua produção.
Já a produção de leite inspecionado &ndash, SIF, SIE e SIM &ndash,, teve uma redução de 30,4 milhões de litro em 2015 e 10 milhões, no primeiro semestre de 2016.
Fonte: site ES HOJE
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