Geral

Adiada de novo decisão sobre importação

Mesmo depois de um levantamento feito pela Conab constatar que os estoques de café conilon estão em níveis muitos baixos no país

por Redação Conexão Safra

em 20/01/2017 às 0h00

3 min de leitura

Por Cristiano Zaia

Mesmo depois de um levantamento feito pela Conab constatar que os estoques de café conilon estão em níveis muitos
baixos no país, o Ministério da Agricultura adiou mais uma vez a decisão sobre a eventual autorização para importação
do produto reivindicada pelas indústrias torrefadora e de solúvel.

O tamanho dos estoques privados – 2,14 milhões de sacas – foi apresentado ontem em reunião entre representantes dos
cafeicultores, indústria e governo. A expectativa era que, com o dado disponível, o ministério se posicionasse sobre o
pedido da indústria. Mas a reunião terminou sem definição. O levantamento foi feito pela Conab em fazendas e
cooperativas do Espírito Santo, sul da Bahia e Rondônia.

O secretário de Política Agrícola do ministério, Neri Geller, disse que o assunto será decidido pelo ministro Blairo Maggi,
que está em viagem à Europa e EUA. Ele não deu prazos, mas a decisão deve ser adiada até pelo menos 1º de fevereiro,
quando o ministro retorna.

“”Não temos decisão por enquanto, vamos encaminhar ao ministro. Deixamos bem claro que os estoques levantados pela
Conab estão baixos. O ministério defende os produtores, mas temos que zelar pela indústria também para não faltar café
no mercado””, disse.

Nos bastidores, dirigentes de entidades dos produtores avaliam que, pela primeira vez, o ministério caminha para decidir
pela autorização da importação de café verde. Diante disso, as bancadas de parlamentares de Minas Gerais e do Espírito
Santo, maiores produtores de café do país, dispararam ligações ao ministro e sua equipe para convencê-lo a manter a
proibição à importação.


Breno Mesquita, coordenador da Comissão de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária e do Brasil (CNA), que
participou da reunião no ministério, disse que o país consegue suprir a demanda do mercado. Segundo ele, a Conab não
visitou várias fazendas de pequeno porte do Espírito Santo. Assim, o estoque seria superior ao mostrado pela autarquia.

Um levantamento independente conduzido pelo deputado Evair de Melo (PV-ES), e mostrado na reunião indicou que
haveria 4,461 milhões de sacas estocadas no Espírito Santo, sul da Bahia e Rondônia.


A indústria de café pede a liberação das importações de café robusta do Vietnã – cerca 200 mil sacas mensais por um período de quatro meses – para aliviar a escassez de oferta no mercado interno devido à quebra da produção no Espírito Santo, que fez os preços dispararem. “”Defendemos as importações porque não conseguimos comprar café, e 2 milhões de
sacas não atendem todo o consumo da indústria brasileira””, afirmou Nathan Herszkowicz, presidente da Associação
Brasileira da Indústria de Café (Abic).


Com base no número da Conab, técnicos do ministério defendem internamente que o mais sensato seria recomendar a
autorização da importação à Câmara de Comércio Exterior (Camex). Em dezembro, Maggi já havia feito a recomendação,
mas recuou à espera do levantamento de estoques pela Conab.

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