Safra 2025/26 deve alcançar 354,7 milhões de toneladas de grãos
Resultado representa um ligeiro aumento de 0,8% se comparado com o volume colhido no ciclo anterior, influenciado pelo crescimento de 3,3% na área a ser semeada
por Gerência de imprensa Conab
em 15/10/2025 às 5h00
4 min de leitura

Foto: CNA/Wenderson Araújo
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O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2025/26 confirma mais um ciclo de expansão da agricultura brasileira. De acordo com o boletim divulgado na terça-feira (14), a produção total de grãos deve atingir 354,7 milhões de toneladas, um aumento de 0,8% em relação à safra 2024/25. A área cultivada também deve crescer 3,3%, chegando a 84,4 milhões de hectares no novo ciclo agrícola.
Soja lidera o crescimento
A soja segue como carro-chefe do agronegócio nacional. A área semeada deve aumentar 3,6%, alcançando 49,1 milhões de hectares. Com isso, a produção prevista é de 177,6 milhões de toneladas, ante 171,5 milhões no ciclo anterior.
As chuvas de setembro no Centro-Sul permitiram o início do plantio em 11,1% da área prevista, percentual ligeiramente superior ao da safra passada. Até o início de outubro, Mato Grosso e Paraná já haviam semeado 18,9% e 31% das áreas, respectivamente.
Milho mantém ritmo de expansão
A cultura do milho também deve registrar avanço. A área total plantada pode chegar a 22,7 milhões de hectares, somando as três safras, com produção estimada em 138,6 milhões de toneladas.
Na primeira safra, a Conab projeta crescimento de 6,1% na área e colheita de 25,6 milhões de toneladas, alta de 2,8% frente ao ciclo anterior. No Sul do país, o plantio já está adiantado: 83% das lavouras no Rio Grande do Sul, 84% no Paraná e 72% em Santa Catarina. No Centro-Oeste, o cultivo ainda não começou.
Arroz e feijão devem manter estabilidade
Para o arroz, a previsão inicial aponta redução de 5,6% na área semeada, totalizando 1,66 milhão de hectares, o que pode resultar em 11,5 milhões de toneladas colhidas. A retração é mais acentuada nas lavouras de sequeiro, com queda prevista de 12,5%.
Já o feijão, por ser uma cultura de ciclo curto, deve manter estabilidade na produção. A soma das três safras indica 3 milhões de toneladas. A primeira safra, contudo, terá redução de 7,5% na área, chegando a 840,4 mil hectares. Em São Paulo, o plantio já está concluído; em outros estados do Sudeste e na Bahia, as semeaduras estão em andamento.
Trigo e culturas de inverno
Entre as culturas de inverno, cerca de 40% das lavouras de trigo já foram colhidas. A Conab projeta produção de 7,7 milhões de toneladas, retração de 2,4% em relação à safra anterior, reflexo da redução de 19,9% na área cultivada devido às condições climáticas desfavoráveis no momento do plantio.
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Perspectivas de mercado
No mercado de grãos, a Conab prevê alta nas exportações de milho, com embarques passando de 40 milhões para 46,5 milhões de toneladas. O consumo interno também deve crescer — de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas — impulsionado pela maior demanda de etanol de milho. Mesmo assim, os estoques de passagem devem se manter estáveis.
Para a soja, a combinação de redução nas exportações dos Estados Unidos e maior demanda global deve consolidar o Brasil como líder mundial na exportação da oleaginosa, podendo ultrapassar 112 milhões de toneladas exportadas. O volume de esmagamento também tende a subir, podendo atingir 59,5 milhões de toneladas em 2026, impulsionado pelo aumento da mistura de biodiesel ao diesel e pela crescente busca por proteína vegetal.
No caso do arroz, mesmo com a redução da área, o país deve ampliar as exportações, alcançando 2,1 milhões de toneladas — ante 1,6 milhão na safra anterior —, mantendo boa oferta no mercado interno. O consumo doméstico e as importações devem permanecer estáveis, enquanto os estoques finais devem recuar 11,4%, somando 1,82 milhão de toneladas em fevereiro de 2027.
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