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Cooperativismo

Filetadora em Muniz Freire tem maioria de colaboradoras mulheres

por Leandro Fidelis

em 22/11/2023 às 0h30

3 min de leitura

Filetadora em Muniz Freire tem maioria de colaboradoras mulheres

(*Fotos: Leandro Fidelis/Imagens com direito autoral. Proibido reprodução sem autorização)

Enquanto Muniz Freire avança na piscicultura, um grupo de mulheres contribui para a transformação do município em polo cooperativista de sucesso atuando desde agosto na Unidade de Beneficiamento de Tilápia, na localidade de Assunção. Sob a liderança de Luzia Faria Amorim Muniz, o time está provando que a cooperação e o trabalho em equipe não têm barreiras de gênero.

Colaboradora responsável pela unidade local, Luzia é figura fundamental nesse processo. Ela relembra a história da extinta Associação de Criadores de Alevinos (ACA), posteriormente transformada em outra cooperativa antes da Coopram, que tinha associados de várias cidades vizinhas, incluindo Brejetuba, Iúna e Afonso Cláudio e buscava peixe até em Linhares, no Norte do Estado.

A unidade funcionou até por volta de 2018, permanecendo fechada até a instalação da cooperativa de Domingos Martins em parceria com a Prefeitura de Muniz Freire. Segundo Luzia, integrante da equipe original, eram 24 funcionários, sendo o motorista o único homem. Hoje, a unidade emprega exclusivamente dez mulheres.

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“A contratação não prioriza mulheres, mas opta por moradores da comunidade. Elas demonstram mais interesse em filetar. Não apareceu nenhum homem ainda, mas as portas estão abertas”, observa a colaboradora.

A transformação trouxe mudanças notáveis, principalmente no que diz respeito à equipe de trabalho. A unidade começou a operar com 15 caixas de peixe filetado, cada uma com 30 kg e, em menos de uma semana, as mulheres dobraram a produção. “Sinal de que estão afiadas”, comenta o presidente da Coopram, Darli Schaefer.

As unidades, distantes cerca de 100 km, estão coligadas e mantendo o mesmo serviço de filetagem. Dependendo da demanda, os piscicultores cooperados de Muniz Freire levam pescado até a sede de cooperativa, em Domingos Martins. De acordo com Luzia, a unidade tem projetos além do filé de tilápia, a exemplo do quibe, da isca e do peixe eviscerado.

Jocélia Rodrigues de Souza estava desempregada antes de a unidade começar a operar. Ela enfatiza o impacto positivo que a cooperativa teve em sua vida, especialmente por ser mãe de dois filhos. Para ela, a oportunidade de trabalhar na Coopram foi uma mudança significativa: “Nunca tinha mexido com peixe, e as meninas ajudam. A gente pega rápido quando tem pessoa disponível a ensinar. Muitas vezes não temos oportunidade, então a cooperativa faz a diferença.”

Já Maria Helena Souza Bicalho tinha experiência na filetadora, onde começou a trabalhar aos 17 anos, antes da nova etapa. Após mudança de cidade e um retorno breve, ela saiu antes do fechamento da unidade. Agora, com a reabertura, a funcionária expressa gratidão e entusiasmo. “Estou feliz demais. A cooperativa ajudava muito as famílias e minha expectativa é que chegue a 23 mulheres novamente. Voltamos com uma gestão boa demais.”

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