Pesquisa aprimora técnicas de produção de mudas clonais de conilon
Resultados promissores trazem avanços para a cafeicultura e beneficiam produtores rurais
por Rosimeri Ronquetti
em 26/06/2023 às 9h09
3 min de leitura
A pesquisa para melhorar as técnicas de produção de estacas clonais de mudas de café conilon, desenvolvida na Fazenda Experimental do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de Marilândia pelo coordenador de Cafeicultura do órgão, o pesquisador Abraão Carlos Verdin Filho, a partir de 2017, chega à fase final.
Quatro dos cinco artigos científicos escritos sobre a pesquisa já foram publicados. O próximo passo, após divulgação do último artigo, será a inclusão das recomendações da pesquisa no livro do Incaper sobre cafeicultura.
Os resultados dos estudos desenvolvidos demonstram que as recomendações para produção de mudas clonais de cafeeiro conilon podem ser feitas de acordo com as seguintes recomendações:
• Corte reto na base da estaca;
• Corte em bisel no ápice da estaca;
• Comprimento basal entre 5,0 cm e 6,0 cm;
• Comprimento apical entre 1,5 cm e 1,6 cm;
• Comprimento dos ramos plagiotrópicos remanescentes entre 1,5 cm e 2,0 cm;
• Proporção de corte das folhas entre 40% e 60% do comprimento da nervura central.
O pesquisador explica que a motivação para estudar o assunto surgiu da ausência de uma pesquisa científica sobre a produção de mudas clonais e a necessidade de possíveis ajustes na descrição, seguida até então.
“O engenheiro agrônomo Adelson Paulino, servidor do Instituto Brasileiro do Café (IBC), descreveu em 1985 essa tecnologia em manejo da produção de mudas clonais, que revolucionou a cafeicultura na época e usada até então. No entanto, não havia estudos mais aprofundados a respeito dessa tecnologia para verificarmos se poderiam existir possíveis ajustes, ou até resultados superiores para mudas clonais de qualidade de café conilon”, pontua Verdin.
Ainda segundo o pesquisador, na prática, as melhorias no sistema de produção de mudas clonais apontadas pela pesquisa garantem maior produtividade, o que resultará em maior ganho de produção nas lavouras implantadas no Estado, gerando maior renda ao produtor rural e contribuindo com a sustentabilidade e a manutenção do agricultor no meio agrícola.
“A planta come pela raiz. Então, se eu tenho uma muda com maior e melhor sistema radicular e um melhor desenvolvimento de parte aérea, essa planta tem chance de ter maior produtividade, ser mais resistente à seca e a pragas e, provavelmente, vai ter mais longevidade. São ganhos importantes. Tudo que conseguirmos melhorar na base radicular, a base da planta, é muito importante”, destaca.
Quem já está produzindo as mudas com as novas recomendações desde outubro de 2021 é o viveiro da Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel). De acordo com Luciano Junior Dias Vieira, técnico em agropecuária e gerente do viveiro, 80% das mudas são produzidas no novo sistema.
“Temos o Incaper como base nas pesquisas e vimos que, da forma proposta, os resultados apontados na parte radicular das mudas são melhores. Os cortes e dimensões das estacas trouxeram um desenvolvimento melhor na área foliar e na emissão de raízes próximas ao corte, dessa forma, trazendo mais qualidade as mudas produzidas. Ainda fazemos as mudas nos dois sistemas, mas 80% são produzidos de acordo com a pesquisa”, explica Luciano.
No site do Incaper já é possível conferir a descrição e as recomendações da pesquisa neste link.
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