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Brasil

Brasil desenvolve feijão resistente a doença bacteriana quarentenária

A variedade, desenvolvida pela Embrapa, foi obtida por meio de melhoramento genético preventivo, que estuda doenças e pragas de alto risco antes que cheguem ao território nacional

por Coordenação geral de Comunicação Social Mapa

em 09/12/2020 às 21h02

3 min de leitura

Brasil desenvolve feijão resistente a doença bacteriana quarentenária

Foto: Sebastião Araújo/Embrapa

A Embrapa obteve a primeira variedade brasileira de feijão carioca resistente ao crestamento bacteriano aureolado (Pseudomonas syringae pv. phaseolicola). Trata-se de uma doença ainda não registrada no país, mas amplamente difundida pelo mundo e presente em países vizinhos como Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Venezuela. A variedade foi desenvolvida por meio de melhoramento genético preventivo, que estuda doenças e
pragas de alto risco para as principais espécies
agrícolas
antes que elas cheguem ao
território
nacional. Essa pesquisa contou com o apoio da
Universidade Federal de Goiás (UFG),
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O estudo partiu da identificação, dentro do acervo do Banco Ativo de Germoplasma
(BAG)
da Embrapa Arroz e Feijão, de duas linhagens de feijão: BelNeb-RR1 e ZAA-43, conhecidas por terem cada uma delas um gene de resistência ao crestamento bacteriano aureolado. Ambas foram cruzadas com a variedade
BRS Estilo, que é uma cultivar de feijão da Embrapa
com grão de qualidade comercial carioca.

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Como o crestamento bacteriano aureolado
é
uma doença quarentenária, não presente no Brasil, não
era possível testar o sucesso da

incorporação dos genes de
resistência
à BRS Estilo na presença do
patógeno, no campo ou em casa de vegetação.
Nesse caso, a solução
foi
utilizar conhecimentos oriundos
do melhoramento genético preventivo para
verificar se houve de fato a introdução da herança genética
desejada na variedade. Para
isso, foi utilizada
a técnica de marcadores moleculares, que funcionam como
“chips ” que ajudam a analisar o DNA e identificar a inserção de genes na planta.

“A pesquisa foi realizada utilizando a seleção assistida por marcadores moleculares aplicados ao genoma do feijoeiro. Nesse caso, foram utilizados marcadores SSR (Simple
Sequence Repeat), que atestaram a presença dos dois genes de resistência
após
o avanço de gerações, via retrocruzamento, com a cultivar BRS Estilo. Esses genes apresentam ação dominante e conferem resistência a oito
das noves raças conhecidas da bactéria ”, conta
a pesquisadora da Embrapa Paula Torga,
uma das coordenadoras desse trabalho.


O
próximo
passo da pesquisa
é
a validação da resistência incorporada à BRS Estilo, expondo a variedade ao contato direto com a doença, o que será feito fora do Brasil para não colocar em risco as lavouras nacionais.
Os testes
serão conduzidos
em parceria com instituições de pesquisa internacionais que farão a prova final em ambiente controlado de casa de vegetação e também em campo.

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