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Neste domingo, dia 21, começa o verão, a estação mais quente e com maior intensidade de sol ao longo do ano. Justamente por isso, o mês de dezembro marca a realização da campanha Dezembro Laranja.
Promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de pele.
O Dezembro Laranja alerta para a necessidade do autocuidado com a pele, do uso regular de protetor solar e da detecção precoce da doença, já que o câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil e, quando identificado precocemente, apresenta altas chances de cura.

A médica dermatologista, Elisabeth Lima, que atua com ênfase em dermatologia oncológica e doenças autoimunes da pele, alerta que “o trabalhador rural é considerado um grupo de risco para a doença, devido à exposição solar intensa e prolongada, muitas vezes sem proteção adequada”.
Para orientar produtores e trabalhadores rurais, e tirar as principais dúvidas, entrevistamos dra Elisabeth, sobre prevenção, sinais de alerta e riscos do câncer de pele.
Confira:
Conexão Safra: Qual a principal mensagem da campanha Dezembro Laranja?
Dra Elisabeth: O sol faz parte do trabalho no campo, mas a proteção ao sol também precisa fazer parte do cuidado com a saúde. O slogan da campanha é claro: “Proteger a pele é proteger a saúde.”
Conexão Safra: Quais são os principais sinais de alerta para o câncer de pele?
Dra Elisabeth: É fundamental ficar atento a: feridas que não cicatrizam; manchas ou caroços, que crescem, sangram, mudam de cor ou doem; pintas que aumentam de tamanho ou mudam de aparência e lesões ásperas que descamam, caem e voltam repetidamente, como “casquinhas” na pele. Ao notar qualquer um desses sinais, a orientação é procurar um dermatologista para avaliação.
Conexão Safra: Como o produtor rural pode se proteger do sol?
Dra Elisabeth: A proteção deve ser diária e envolve um conjunto de medidas, como: uso de chapéu de aba larga; camisa de manga comprida e calça comprida; óculos escuros; protetor solar com fator maior que 30 e, sempre que possível, evitar o trabalho sob sol intenso, especialmente entre 10h e 15h, priorizando atividades à sombra nesse período.
Conexão Safra: Uma única aplicação de protetor solar por dia é suficiente?
Dra Elisabeth: Não. Essa é uma dúvida muito comum, mas uma única aplicação de protetor solar pela manhã não protege ao longo de todo o dia. O protetor vai perdendo sua eficácia com o suor excessivo, a poeira, a exposição prolongada ao sol e a própria ação da radiação ultravioleta, que degrada o produto. Para quem trabalha exposto ao sol durante todo o dia, como produtores e trabalhadores rurais, a orientação é reaplicar o protetor solar a cada duas horas, sempre nas áreas que ficam descobertas.
Conexão Safra: Em quais partes do corpo o protetor deve ser aplicado?
Dra Elisabeth: O protetor deve ser usado nas áreas expostas. Se a pessoa utiliza camisa de manga longa, calça comprida e botas, não há necessidade de aplicar nessas regiões cobertas. A recomendação é reforçar o uso no rosto, orelhas, pescoço, mãos e outras áreas descobertas.
Conexão Safra: Boné protege contra o sol?
Dra Elisabeth: Não de forma adequada. O boné é considerado um erro comum no meio rural, pois não protege áreas importantes como as orelhas e o pescoço, regiões frequentemente acometidas pelo câncer de pele. O ideal é usar chapéu de aba larga, que oferece proteção mais completa.
Conexão Safra: Quais regiões do corpo têm maior incidência de câncer de pele?
Dra Elisabeth: O câncer de pele é mais comum nas áreas expostas ao sol, como: couro cabeludo (especialmente em pessoas calvas ou com risca no cabelo); orelhas; rosto; colo; ombros; parte superior das costas; braços; pernas, principalmente da canela para baixo; dorso dos pés. No entanto, o câncer de pele também pode surgir em áreas não expostas, como região genital, perianal e até dentro dos olhos, principalmente no caso do melanoma.
Conexão Safra: O câncer de pele pode levar à morte?
Dra Elisabeth: Sim. Os tipos mais comuns, como o basocelular e o espinocelular (não melanoma), geralmente têm menor risco de morte, mas podem evoluir para quadros graves, especialmente o espinocelular. Já o melanoma é o tipo mais agressivo e apresenta maior índice de mortalidade, sobretudo quando diagnosticado tardiamente. O diagnóstico precoce pode salvar vidas.





