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Na última sexta-feira (3), o Sistema OCB realizou o Workshop da Solução Neutralidade de Carbono: do projeto piloto ao palco internacional, reunindo dirigentes e técnicos de cooperativas, representantes das organizações estaduais e parceiros estratégicos. O encontro online consolidou os resultados do ciclo 2025 do projeto e apresentou os próximos passos da iniciativa, que ganhará visibilidade internacional na COP30, em Belém (PA).
Na abertura, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB, Débora Ingrisano, destacou a importância do engajamento coletivo das cooperativas.
“Este projeto só existe porque as cooperativas acreditaram e se engajaram. Hoje temos a materialização prática do princípio da intercooperação. Juntos conseguimos negociar melhor, aprender juntos e avançar em uma pauta que parecia distante, mas agora é realidade para o cooperativismo brasileiro”, afirmou.
Atualmente, 18 cooperativas participam da Solução Neutralidade de Carbono, com inventários de emissões de gases de efeito estufa publicados no Registro Público de Emissões. Para Débora, o avanço consolida o cooperativismo como modelo produtivo sustentável, capaz de responder a um dos maiores desafios globais.
“Estamos saindo do discurso para a prática, e é essa experiência que queremos levar para a COP30. O cooperativismo brasileiro tem muito a mostrar ao mundo”, ressaltou.
Resultados e avanços
A apresentação dos resultados foi conduzida por Laís Nara Castro, analista de sustentabilidade do Sistema OCB. Segundo ela, todas as cooperativas participantes conquistaram, no mínimo, o Selo Prata do Programa Brasileiro GHG Protocol, que certifica a qualidade dos inventários de emissões.
“O inventário funciona como um diagnóstico. A partir dele, conseguimos identificar oportunidades de melhoria de processos, redução de custos e até acesso a novos mercados e linhas de crédito. Mais do que uma exigência de mercado, a descarbonização se mostra como um diferencial competitivo”, explicou Laís.
A analista destacou que a Solução vai além da mensuração, oferecendo consultoria técnica, ferramentas tecnológicas, capacitação e suporte metodológico. Durante o workshop, foi apresentado o guia metodológico desenvolvido em parceria com a Ambipar, que será disponibilizado às organizações estaduais e cooperativas interessadas.
Construindo uma narrativa estratégica
O coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Alex Macedo, reforçou a necessidade de comunicar de forma clara o valor da agenda climática para o setor cooperativista.
“Carbono não é algo tangível, mas precisamos traduzir esse tema em valor: em redução de custos, reputação, novos negócios e acesso facilitado ao crédito. Esse é o papel da solução: apoiar tecnicamente e ajudar a comunicar de forma simples o valor da descarbonização”, afirmou.
Alex ressaltou que a agenda climática é irreversível, impulsionada por consumidores, regulações e o mercado financeiro.
“As cooperativas que quiserem se manter relevantes e competitivas precisam começar agora. E o Sistema OCB está preparado para apoiá-las nessa jornada”, completou.
Cooperativismo na COP30
Um dos pontos altos do evento foi a discussão sobre a participação do cooperativismo na COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém (PA). O Sistema OCB estará presente em diferentes espaços de debate e articulação internacional, incluindo o AgriZone — em parceria com a Embrapa e cooperativas de crédito — e o Pavilhão de Negócios de Impacto, em cooperação com uma entidade da ONU.
“Não basta estar presente fisicamente. Precisamos ocupar espaços de diálogo e decisão, levando propostas e mostrando a relevância do cooperativismo na agenda climática”, destacou Débora Ingrisano.
Próximos passos
O Sistema OCB anunciou a ampliação da Solução Neutralidade de Carbono, com novas ações de capacitação pelo programa CapacitaCoop e a distribuição do guia metodológico para fortalecer a disseminação da prática entre as cooperativas.
“A COP30 não é um ponto de chegada, mas parte de um processo de fortalecimento da agenda climática dentro das cooperativas. O Sistema OCB seguirá ao lado das cooperativas brasileiras, potencializando a jornada rumo à neutralidade de carbono”, concluiu Alex Macedo.
