Pecuarista inova e garante produção leiteira rentável na estiagem
por Rosimeri Ronquetti
em 06/05/2024 às 7h53
4 min de leitura
Enquanto alguns pecuaristas amargam prejuízos e sofrem com a baixa na produção de leite nos períodos de estiagem, entre os meses de abril e setembro, o produtor Nivaldo Bening, de Vila Pavão, no Noroeste do Espírito Santo, passa o ano todo com pouca, ou quase nenhuma, variação na quantidade de leite produzido. Isso, graças à iniciativa de buscar alternativas melhorias de para renda com o rebanho.
Apaixonado por pecuária e com o sonho de viver exclusivamente da produção de leite, em 2015 Bening, que na época não produzia mais de 40 litros de leite por dia, procurou orientação com o engenheiro agrônomo e extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Rogério Durães, de Vila Pavão. A propriedade fica localizada no Córrego da Figueira, na zona rural do município.
Quase dez anos após essa iniciativa, o pecuarista tem motivos de sobra para comemorar. Em épocas de pico, com uma produção de cerca de 9.900 litros/ mês e o preço do leite acima dos R$ 2, ele já alcançou faturamento líquido superior a R$ 8.000 mensais com apenas 17 vacas em lactação. Atualmente, mesmo com o litro do leite vendido a R$ 1,85 e produção mensal que não chega a 9.000 litros, o lucro ultrapassa os R$ 4.500 por mês.
“Primeiro investe em comida, depois cresce o rebanho. Esse é o meu conselho para quem trabalha ou deseja trabalhar com pecuária leiteira. Vaca alimentada cai pouco na produção. Tem produtor que acha que vai comprar dez vacas hoje e amanhã vai tirar leite, esquece da alimentação. Não adianta ter boa genética, investir em vacas leiteiras, se não tiver comida para o animal se manter produzindo”, explica o pecuarista, que trabalha em regime de agricultura familiar ao lado da mulher e dos dois filhos.
Nivaldo Bening conta com novilhas recém-paridas que chegam a produzir mais de 30 quilos de leite por dia, independente da época do ano. Mas “se não tiver a alimentação que eu dou, ela vai cair de produção”, salienta.
Entre as medidas adotadas pelo pecuarista sob orientação técnica, está justamente o investimento na produção de alimentos. “Quando ele nos procurou em busca de alternativas para melhorar a renda, traçamos um diagnóstico e apontamos meios para ter eficiência com sustentabilidade na atividade. O primeiro passo foi intensificar as áreas de produção com a identificação de locais para implantação do sistema de piquetes rotacionados e áreas para produção de milho e cana forrageira, para fazer comida para o gado”, destaca o extensionista.
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Ao todo, Nivaldo tem 35 animais das raças Gir e Girolando, e todo alimento consumido pelo gado é produzido por ele na propriedade. No período da seca, são fornecidos ao rebanho comida no cocho e silagem de milho para suplementar a alimentação. Outra medida é a implantação do melhoramento genético dos animais através da inseminação artificial. Bening conta que todo o rebanho foi feito no sítio.
“O grande desafio hoje é o produtor entender a atividade leiteira como um negócio, ser empresário rural. Entender que na pecuária de leite se ganha com escala de produção, ou seja, através do volume de leite produzido diariamente. Mas para isso é preciso se atentar a alguns pontos importantes, como por exemplo: alimentação balanceada de acordo com o animal, assistência técnica, levantamento de custo de produção, análise econômica, instalações adequadas e ter um rebanho especializado para leite”, destaca Rogério Durães (Incaper).
O extensionista lembra que os produtores interessados nos serviços de assistência técnica do Incaper devem procurar o escritório do órgão em seu município. O serviço é prestado gratuitamente aos produtores.
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