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O Cedagro (Centro de Desenvolvimento do Agronegócio) atualizou o estudo dos coeficientes técnicos e custos de produção de 42 atividades agrícolas em diferentes níveis tecnológicos e situações no estado do Espírito Santo. São 67 planilhas eletrônicas que podem ser adaptadas às diversas condições de cada empreendimento, possibilitando, assim, realizar uma análise comparativa dos custos e receitas entre vários produtos agrícolas e, consequentemente, avaliar a rentabilidade e a viabilidade econômica de diferentes culturas elencadas neste trabalho. Essa atualização é feita a cada dois anos.
Um dos resultados do estudo é que os custos de produção geral de várias atividades agrícolas, entre janeiro de 2021 a janeiro de 2023, tiveram um aumento médio de 20,54%, superior inflação oficial do período (15,85%). Apesar disso, o valor pago aos produtores rurais, considerando os principais produtos agropecuários, subiu cerca de 50%, a exemplo do café, pimenta do reino, tomate, leite, abacaxi, entre outros.
Dentre os itens que compõem os custos de produção, a maior variação foi observada foi a dos insumos. No período analisado (janeiro de 2021 a janeiro de 2023) houve um aumento médio de 26,58%.
Contudo, os serviços (mão de obra e uso de máquinas) têm uma contribuição maior nos custos de produção, representando em média 62,79% do total, contra 37,21% dos insumos. Em algumas culturas como o eucalipto, em áreas não motomecanizáveis, os serviços representaram 84,77% dos custos totais de produção. Só as operações de colheita e transporte do eucalipto perfazem em média 65% dos custos dos serviços. Na cultura do café conilon, os custos dos serviços envolvendo colheita e pós-colheita também são significativos, representando em média 62,72% de todos os serviços.
Custos versus mercado
Avaliando-se as principais culturas, o estudo mostra que os custos de produção médios no café conilon irrigado variaram de R$ 522,32/saca na produtividade de 45 sacas/ha e R$ 361,40/saca na produtividade de 120 sacas/ha. Considerando o café conilon não irrigado os custos médios foram de R$ 431,51/saca. Os custos do conilon em todas as produtividades estudadas foi, consideravelmente, inferior ao preço médio pago em 2022 ao produtor rural, que foi de R$ 705,76/saca.
No café arábica os custos variaram de R$ 736,47/saca em baixas produtividades (20 sacas/ha), a R$ 409,79/saca em altas produtividades (60 sacas/ha). As duas espécies de café, atualmente, apresentam rentabilidades positivas mesmo em baixas produtividades. Tal fator pode ser explicado pela alta nos preços do produto. No caso do café arábica, ressalta-se que a avaliação foi em relação ao valor do café arábica tipo 7 bebida rio com até 12% de umidade, por ser o mais comumente produzido. A produção de café arábica de qualidade superior pode proporcionar aumento da rentabilidade em função de melhores valores de mercado.
Algumas frutas como mamão, goiaba, abacaxi, maracujá, banana, tangerina e limão apresentaram alta rentabilidade média, acima de R$ 47.000,00 por ha/ano, para aqueles produtores que conseguiram obter altas produtividades.
Em relação à pecuária leiteira, na produção de 10 litros de leite por animal por dia, o preço pago pelo produto foi 62% superior ao custo de produção, possibilitando ganhos de R$ 2.166,45 por hectare/ano. Na produção de 5 litros de leite por animal por dia, produtividade alcançada por muitos produtores, o valor médio pago ao produtor em 2022 (R$ 2,4/litro de leite) esteve muito próximo do custo de produção do litro de leite, que foi de R$ 2,20/litro de leite.
Dentre as olerícolas, destacam-se a cultura do tomate e da mandioca com altas rentabilidades, superiores a 45.000,00/ha. Com relação a pimenta do reino, os preços do produto subiram 46% em relação ao último período avaliado, o que torna a atividade atrativa. Atualmente, a rentabilidade da cultura está em torno de R$ 41.000,00 por ha/ano, considerando produtividade de 5.600 kg/ha/ano.
Além do custo e rentabilidade média estimada nesse estudo, existem outros requisitos a serem considerados na tomada de decisão por parte do produtor/empreendedor rural, como flutuação na demanda e valores de mercado, perecibilidade do produto, exigência de mão-de- obra, desenvolvimento tecnológico e riscos na produção, especialmente os climáticos, dentre outros fatores importantes do arranjo produtivo.

*Obs: Não foram considerados no cálculo de custos o valor da terra, a remuneração do capital aplicado, taxa de elaboração de projetos e assistência técnica, licenças ambientais e taxas administrativas da propriedade rural.





