Mais lidas 🔥

Na Vila Batista
Vila Velha certifica sua primeira agroindústria de mel

Mercado
Preços do mamão formosa sobem com oferta menor nas principais regiões

Reconhecimento nacional!
Conexão Safra vence o Prêmio Ibá de Jornalismo 2025

De quarta para quinta
Veja as 55 cidades capixabas que estão sob alerta vermelho para temporais

Previsão do tempo
Instabilidade perde força no ES, mas sábado segue com nuvens e chuva fraca

Durante a 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), especialistas participaram do painel Plano Diretor na construção de cidades inteligentes, abordando os principais conceitos sobre o tema.
O advogado Vinícius Custódio destacou que a Constituição Federal de 1988 introduziu o conceito de plano diretor como instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, tornando-o obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes. Segundo o especialista, cabe às prefeituras a elaboração desses planos, uma vez que dispõem de estrutura administrativa própria. Contudo, Custódio chamou atenção para a dificuldade enfrentada pelos municípios de menor porte, que muitas vezes não contam com equipes técnicas suficientes. “Falta uma padronização dos planos diretores”, defendeu o professor de Direito Imobiliário e Urbanístico. O palestrante ressaltou ainda que o plano diretor pode contribuir para o desenvolvimento de cidades inteligentes, ao criar diretrizes para a implantação de infraestrutura tecnológica e exigir o uso de dados urbanos abertos e integrados, fortalecendo a gestão pública e a participação social.
Ao abordar os desafios e oportunidades do planejamento urbano, o advogado Wilson Levy, diretor e professor do Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Uninove, destacou que o planejamento urbano contemporâneo deve ser menos prescritivo e mais processual e indutor. Para ele, um planejamento inteligente precisa ser integrador, inclusivo e interativo, com foco no envolvimento efetivo do cidadão nas decisões sobre a cidade. Levy ressaltou que a técnica não é neutra, pois orienta escolhas e define prioridades. “O técnico atua como curador de complexidades e mediador institucional, promovendo a mediação das expectativas sociais”, afirmou. Segundo o professor, o planejamento responsivo deve integrar aprendizado, monitoramento e transparência, utilizando indicadores dinâmicos e painéis públicos (dashboards) que tornem o processo acessível e verificável. Ele também destacou que a gestão de conflitos é parte essencial do planejamento democrático. “O plano diretor deve ser um acordo social possível, equilibrando desejo e responsabilidade.”
Por sua vez, o ex-presidente do Secovi-SP eng. civ. Cláudio Bernardes, reforçou a necessidade de um diagnóstico urbano preciso, que considere a relação entre segurança e desenho urbano, já que a presença e a interação das pessoas nas ruas contribuem para tornar os espaços mais seguros. Sobre mobilidade, ele defendeu a adoção do conceito de crono-urbanismo, em que o deslocamento é medido não em metros, mas em tempo. “Devemos colocar o tempo como diretriz de planejamento, buscando deslocamentos mais rápidos, eficientes e sustentáveis”, afirmou.
Já a urbanista Juliana Paes, consultora e especialista em planejamento urbano e gestão de cidades, enfatizou o papel estratégico do plano diretor como instrumento de desenvolvimento. “O plano diretor deve representar muito mais que um documento técnico e normativo. Ele precisa ser um pacto social que una governo e sociedade civil na construção de cidades que ofereçam oportunidades, sustentabilidade e qualidade de vida para todos.”
Ao reunir diferentes perspectivas, jurídica, técnica e social, o painel, que foi moderado pelo presidente do Crea-SC, eng. civ. Carlos Alberto Kita Xavier, destacou que o planejamento urbano moderno precisa equilibrar tecnologia, participação social e visão de futuro, pilares fundamentais para o desenvolvimento de cidades inteligentes, humanas e sustentáveis.




