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A formação de novos profissionais das engenharias e da agronomia foi um dos pontos centrais do ciclo de palestras realizado na terça-feira (7) na 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), que acontece em Vitória (ES). O tema ganhou relevância diante do cenário preocupante de redução do interesse de jovens por cursos das áreas tecnológicas e da necessidade de atualização dos currículos acadêmicos para atender às novas demandas da sociedade e do mercado.
Com diferentes abordagens, os palestrantes destacaram que o fortalecimento da formação técnica passa pela modernização dos métodos de ensino, pela valorização das competências profissionais e pela ampliação da diversidade e da inclusão no ambiente acadêmico.
Na Ilha Contecc, três temas sintetizaram esse debate: “Construindo o futuro: currículos de engenharia que promovem inclusão social”, com a engenheira civil Adriana Tonini, professora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); “Formação profissional na agronomia: mecanismos de diferenciação no mercado – certificação profissional”, conduzido pelo engenheiro agrônomo Luiz Lucchesi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e um estudo de caso do curso de engenharia química da Universidade de Ribeirão Preto, que apresentou a adaptação às novas diretrizes curriculares e a adoção de currículos por competência como forma de engajar os estudantes e aproximar o ensino da prática profissional, tema ministrado pelo engenheiro químico José Guilherme Pascoal, coordenador da Unaerp. O debate teve a moderação do conselheiro federal Leonardo Pimentel, representante das Instituições de Ensino Superior de Agronomia.
Em sua palestra, Adriana Tonini ressaltou que a engenharia está passando por um processo de transformação que exige uma revisão profunda de seus currículos e práticas de ensino. Ressaltou que durante muito tempo, a formação do engenheiro esteve centrada em soluções técnicas, mas que o mundo atual demanda profissionais capazes de atuar de forma integrada, com responsabilidade social e visão sustentável. “Estamos diante de um cenário em que a procura pelos cursos de engenharia diminuiu, e isso reforça a urgência de valorizarmos a profissão e de repensarmos a forma como preparamos nossos futuros engenheiros. É momento de promover mudanças, de adotar metodologias inovadoras e inclusivas que despertem o interesse dos jovens e formem profissionais alinhados às exigências do século XXI”, avalia a engenheira Tonini.
Na sequência, Luiz Lucchesi destacou que a certificação profissional representa uma estratégia concreta de valorização da agronomia brasileira ao ressaltar que o Programa Certified Professional Agronomist Engineer (CPAE – Brazil), busca reconhecer e fortalecer uma formação holística e interdisciplinar, que garanta aos egressos atribuições plenas e sólida competência técnica.
“Essa iniciativa envia uma mensagem clara à academia sobre o perfil de profissional que o setor necessita: engenheiros agrônomos preparados para atuar de forma integral, com qualidade e compromisso. A certificação eleva o padrão do ensino, aprimora o exercício profissional e confere valorização real à categoria — não apenas no mercado interno, mas também no cenário internacional”, disse Lucchesi.
Encerrando o ciclo de palestras relacionado à formação profissional, José Guilherme Pascoal, engenheiro químico e professor da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) destacou que o cenário atual da engenharia química exige uma reflexão profunda sobre a formação profissional e o futuro da área. Ele mostrou que em uma década, o número de ingressantes caiu quase 50%, o que evidencia um distanciamento preocupante entre os jovens e a profissão.
“Para reverter esse quadro, é essencial mostrar o verdadeiro papel da engenharia química na sociedade e aproximar o ensino da prática. No curso da Universidade de Ribeirão Preto, adaptamos as diretrizes curriculares e implementamos um modelo baseado em competências, buscando engajar os estudantes e conectar o aprendizado às demandas reais do mercado. Essa estratégia tem se mostrado um caminho eficaz para resgatar o interesse pela carreira e fortalecer a formação de engenheiros preparados para os desafios do mercado”, enfatizou Pascoal.




