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Previsão do tempo

Oscilação Antártida indica risco de onda de frio no Brasil em agosto

por MetSul

em 23/07/2024 às 14h31

4 min de leitura

Oscilação Antártida indica risco de onda de frio no Brasil em agosto

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O que ocorre na Antártida tem reflexos no clima do Brasil. A Oscilação Antártica é o padrão de circulação de ventos ao redor do continente antártico. Ela tende a ter reflexos no tempo do Centro-Sul do território brasileiro nas próximas duas a três semanas, prevê a MetSul Meteorologia. Nestes últimos dias de julho e possivelmente no começo de agosto se projeta que os ventos ao redor do continente antártico vão estar mais enfraquecidos. Isso levará a uma maior ondulação das correntes de jato (vento) nas altitudes em que voam os aviões de carreira. Na prática, faz com que a atmosfera fique mais ativa em fenômenos nas latitudes médias da América do Sul. Quando isso ocorre, há tendência de mais ciclones no Atlântico Sul. Pode, ainda, acarretar em aumento da chuva no Brasil e, principalmente, uma maior propensão ao ingresso de massas de ar frio no Sul do território brasileiro.

Oscilação Antártida na fase negativa

Dados da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos mostram que a chamada Oscilação Antártica ingressa outra vez numa fase negativa neste fim de julho e no começo de agosto, com o enfraquecimento dos ventos ao redor do Polo Sul. Assim, a meteorologia presta muita atenção nesta oscilação porque ela costuma trazer efeitos no clima do Brasil, seja na chuva ou na temperatura. E os dados estão indicando que agora neste fim de julho a Oscilação Antártica pode atingir valores significativamente negativos. No fim de junho e no começo deste mês, a oscilação teve um pulso negativo que trouxe o período atípico de frio muito intenso e prolongado de duas semanas na Argentina, no Uruguai e no Rio Grande do Sul com marcas históricas de temperatura baixa.

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Os dados indicam agora que a Oscilação Antártica desceria a valores ainda menores que no fim de junho. Isso, portanto, favoreceria o ingresso de ar frio no Sul do Brasil no fim de julho e nos primeiros dez dias de agosto. No entanto, isso não acarretaria frio na mesma força e duração das primeiras duas semana de julho.

Como a Oscilação Antártida impacta no clima do Brasil?

A chamada Oscilação Antártica (AAO) ou Modelo Anular Sul ou Meridional é uma das mais importantes variáveis que impacta as condições no Brasil e no Hemisfério Sul, tanto na chuva como na temperatura. Do que se trata? Trata-se de um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida. A Oscilação Antártica tem duas fases. A positiva e a negativa. Na positiva, o cinturão de vento ao redor da Antártida se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul. Já na fase negativa, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para Norte, no sentido do Equador, obviamente sem atingir a faixa equatorial.

Dessa forma, com a maior ondulação da corrente de jato na fase negativa, crescem as chances de episódios de chuva mais volumosa e ciclones. Estudos mostram que na fase negativa há uma maior propensão para chuva no Sul e Sudeste do Brasil. Além disso, independente da condição do Pacífico (El Niño, neutralidade e La Niña), períodos de AAO- têm potencial de incrementar a precipitação no Sudeste da América do Sul com maior frequência de ingresso de massas de ar frio de origem polar nos meses de inverno.

Pulso negativo da Oscilação Antártida

Este pulso negativo da Oscilação Antártica agora no fim de julho e no início de agosto vai ocorrer na sequência de episódio menor de aquecimento estratosférico observado na metade deste mês sobre o continente polar. Um evento de Aquecimento Estratosférico Súbito (SSW na sigla em Inglês para Sudden Stratospheric Warming) ocorre quando há um aumento abrupto na temperatura do ar muito acima de qualquer uma das regiões polares da Terra, normalmente na magnitude de dezenas de graus Celsius em poucos dias.

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