Pesquisa traz novidades no manejo da irrigação na pimenta-do-reino
por Assessoria de Comunicação do Incaper
em 23/09/2024 às 5h00
3 min de leitura
Um estudo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) traz novas contribuições para o manejo eficiente e sustentável da irrigação na cultura da pimenta-do-reino, uma das atividades mais importantes para a economia agrícola do Espírito Santo.
Realizado no município de Colatina, no Norte do Estado, o trabalho analisou a interação entre lâminas de irrigação e cobertura vegetal para apontar uma estratégia capaz de maximizar a produtividade, com redução de custos e de desperdício de água.
Foram avaliadas diferentes lâminas de água aplicadas em lavouras da variedade Bragantina, cultivadas em um espaçamento de 2,5 x 2,0 metros. Utilizando um sistema de irrigação por gotejamento com emissores autocompensantes, a pesquisa testou cinco diferentes tensões de água no solo (20, 40, 60, 80 e 100 kPa), tanto com cobertura vegetal quanto sem ela.
Os resultados mostraram que o uso de cobertura vegetal resultou em uma produção significativamente maior. Para as lâminas de água de 40 kPa com cobertura, a produção média foi de 4,18 kg por planta, comparada a 3,30 kg por planta para o tratamento sem cobertura. Mesmo com lâminas de água mais baixas, a cobertura vegetal demonstrou uma eficácia superior em reter a umidade do solo e reduzir a evapotranspiração.
“Os dados indicam que as maiores lâminas de água, associadas a tratamentos sem cobertura vegetal, não resultaram em aumentos proporcionais na produtividade e podem, na verdade, elevar os custos de produção pela aplicação excessiva de água para compensar a elevada taxa de evaporação no solo exposto. A eficiência do uso da água foi melhor com lâminas mais moderadas e cobertura vegetal, o que mostra a importância de um manejo integrado e sustentável”, avalia o pesquisador do Incaper Claudinei Montebeller.
Mais Conexão Safra
De acordo com o pesquisador, estima-se que 80% das lavouras de pimenta-do-reino do Espírito Santo sejam irrigadas, porém ainda há carência de informações a respeito da quantidade de água a ser aplicada de acordo com as exigências da cultura.
“Técnicas de irrigação ineficientes e a falta de informações acabam levando produtores a irrigarem de forma insuficiente ou excessiva, provocando queda de produção e aumento de custos. Com essa pesquisa, queremos contribuir para mudar esse quadro, mostrando que o manejo de irrigação deve ser associado a práticas que promovam a retenção da água no solo, com destaque para o uso de cobertura vegetal. Isso é muito importante para melhorar a eficiência e a sustentabilidade da pipericultura capixaba, que é a que mais produz e mais exporta no País”, afirma Montebeller.
O projeto foi financiado com recursos do edital de Pesquisa Aplicada a Políticas Públicas Estaduais – Pesquisa Agropecuária no Estado do Espírito Santo (PPE-Agro), lançado conjuntamente pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
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