Própolis: um aliado neste inverno
Substância é produzida pelas abelhas a partir das resinas das árvores. Além de prevenir infecções respiratórias, ela também pode ser uma oportunidade de negócio para milhares de apicultores, agregando valor à produção de mel
por Revista A Lavoura
em 05/08/2020 às 14h22
5 min de leitura
Durante o inverno, temperaturas mais baixas permitem que bactérias e vírus, causadores de gripes e pneumonias, por exemplo, se tornem mais resistentes e consigam viver tempo suficiente para afetar organismos saudáveis. Dessa forma, o própolis pode ser uma aliado à saúde por sua atividade antibacteriana e antiviral contra cepas que causam infecções do trato respiratório superior, sendo usado como agente terapêutico para prevenir algumas doenças.
A substância é produzida pelas abelhas a partir das resinas das árvores e é utilizado por esses pequenos insetos para proteção das crias e para manter a colmeia livre de bactérias, vírus, fungos e parasitas.
A apiterapia, ou seja, terapia com produtos das abelhas, incluída em 2018 nas Práticas Integrativas e Complementares autorizadas pelo Ministério da Saúde, pode também ser uma oportunidade de negócio para os milhares de apicultores brasileiros, pois é possível agregar valor à atividade produzindo mel e própolis na mesma colmeia.
Conforme Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o própolis é composto basicamente por resinas, produtos balsâmicos, cera, óleos essenciais, pólen e microelementos.
“Já foram identificados mais de 200 componentes ativos no própolis. A composição química e a quantidade produzida dependem da fonte vegetal que é coletada ”, explica o chefe da divisão de estudos apícolas da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Rodrigo Durieux Cunha.
De acordo com o pesquisador, só no ano passado, a empresa catarinense prestou assistência a 5.984 famílias e realizou 15.463 atendimentos em apicultura e meliponicultura. “Nosso foco é orientar para a alta produtividade, boas práticas de produção e extração, legalização e mercado ”, ressalta.
Uso do própolis durante a pandemia do novo coronavírus
Segundo a médica especialista em saúde da família, Dinorah Boada Bilhalva, o própolis serve como um aliado para ajudar na prevenção e cura de doenças, pois é um produto que melhora a imunidade, ou seja, a resistência frente aos diferentes patógenos.
De acordo com a médica, os componentes do própolis contêm propriedades antivirais, antitumorais, antibióticas, antifúngicas, anti-inflamatórias, antioxidantes, antissépticas e cicatrizantes, e são ainda capazes de combater artrites e diminuir o estresse.
“Já foram comprovados resultados com o uso de própolis em doenças respiratórias e da pele, no tratamento de patologias do sistema digestivo e na odontologia, impedindo a formação de cáries, por exemplo ”, afirma Dinorah.
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a recomendação de Dinorah é fortalecer o corpo com boa alimentação, exercícios físicos e medidas de higiene adequadas, que não só servem para esse momento, como para todo tipo de patologias.
A médica e também apicultora Amelia Cristina Tor dá dicas para o enfrentamento da pandemia. Para pacientes que testaram positivo, ela recomenda 30 gotas de solução de própolis três vezes ao dia ou inalação com aparelho inalador e máscara nasal usando cinco gotas na água, três a quatro vezes ao dia.
Já o uso do própolis como preventivo, ela indica 25 gotas de própolis a 10% duas vezes ao dia.
Amelia ressalta que o tratamento com a substância deve ser complementar, não dispensando o acompanhamento médico e os tratamentos convencionais. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) explica que ainda não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo novo coronavírus.
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Como podemos utilizar o extrato de própolis
O primeiro passo para dar início ao uso do própolis é descartar a possibilidade de reações alérgicas, para isso, é necessário realizar o teste de alergia. O teste é feito em três etapas:
*Não indicado o uso antes dos 6 anos de idade
Em caso de alergia, deve-se consultar um médico e tomar antialérgico. Tendo descartado o risco de reação alérgica, pode-se dar início ao tratamento com própolis. A dosagem pode variar conforme a doença, dependendo também da pessoa (criança ou adulto).
No caso de doenças respiratórias, agudas ou crônicas diagnosticadas, a bronquite, por exemplo, pode ser tratada, por indicação do Apiterapeuta com a seguinte dosagem:
Em crianças, geralmente, o tratamento com própolis é indicado em casos de doenças agudas (gripes) num período máximo de 15 dias.
A médica explica que em caso de patologias crônicas como asma, rinite ou digestivas, deve ser feito acompanhamento periódico com o Apiterapeuta, para que o mesmo avalie e faça a indicação da dosagem adequada e do período de tempo. Já em em caso de gripes e doenças respiratórias agudas, utiliza-se entre 10 a 15 dias.
Benefícios para o nosso corpo
Já se comprovaram resultados em tratamentos como:
Patologias respiratórias: gripes, bronquites, sinusites, laringites, asma, pneumonias, tuberculose.
Patologias da pele: infecções, abcessos, verrugas, frieiras, eczemas, psoríase.
Sistema digestivo:normaliza o peristaltismo intestinal, regula o apetite, é protetor hepático e faz prevenção de parasitas intestinais, ajuda no tratamento das úlceras do intestino.
Odontologia:pelas caraterísticas de antisséptico, anti-inflamatório, estimula a geração de dentina melhorando o esmalte dental e impede a formação de caries.
Qualidade do produto e melhoria da renda
A exemplo do mel, para a comercialização do própolis é necessária a regularização fiscal e de serviço de inspeção. O controle de qualidade analisa alguns aspectos, como o tipo de própolis, as propriedades químicas (aparência, viscosidade, teor de cera, umidade) e as propriedades microbiológicas.
Para ter certeza se o produto é de boa qualidade, assim como qualquer produto de origem animal, é importante observar a procedência e se é inspecionado, dados identificados pelos selos referentes ao órgão de inspeção sanitária, que pode ser Municipal (SIM), estadual (SIE) ou Federal (SIF).
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