Programa de fertilização In Vitro supera expectativas em Dores

Pensando na melhoria do plantel bovino leiteiro, a Prefeitura de Dores do Rio Pedro, no Caparaó capixaba, foi o primeiro município do Estado a investir em uma consultoria tecnológica de Fertilização In Vitro (FIV) para atender os produtores. Ao todo 21 pecuaristas foram beneficiados.

O projeto, desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi assinado em fevereiro deste ano e já entregou 300 embriões bovinos, com garantia mínima de 100 prenhezes. Agora o momento é de comemoração, uma vez que o resultado da fertilização superou as expectativas.

Pecuarista desde sempre, seguindo os passos do avô, Thiago Lopes Pessotti, da comunidade Três Estados, é um dos contemplados. Ele recebeu 20 embriões, e a expectativa, segundo as diretrizes da consultoria, era de no mínimo seis prenhes.  No entanto, nove animais tiveram confirmação positiva, um aproveitamento de 45%.

“Para mim o resultado foi muito positivo, ainda mais por ser a primeira vez que faço a fertilização in vitro. Foi uma experiência inovadora, estou muito satisfeito e grato por participar do programa, especialmente por não ter custo nenhum para nós produtores”, disse o produtor.

Thiago conta que estava desmotivado com a atividade leiteira e o projeto está servindo de incentivo para continuar. “Estou buscando motivação neste programa Sebrae/prefeitura. Inicialmente estou muito satisfeito com o resultado, principalmente com o avanço genético que vou ter”.

Quem tem ainda mais motivos para comemorar é João Paulo Serafim de Azevedo, do Córrego dos Leandro, Mundo Novo. No caso dele, o aproveitamento foi de 50%. Dos dez embriões que recebeu, cinco fecundaram. “Superou as minhas expectativas e vai ajudar muito, não só a mim, mas a todos os produtores que estão participando. Eu não teria condições de fazer a fertilização com recurso próprio, então o programa está sendo muito importante”, conta João Paulo.

A gestora de projetos e atendimento do Sebrae Kelly Machado Premoli explica que alguns fatores contribuíram para o sucesso do programa em Dores do Rio Preto. “A boa condição dos animais, o preparo do gado para receber o material genético e os bons processos na inseminação são fatores que certamente ajudaram nos bons resultados obtidos”, salienta.

Kelly pontua ainda que “a adesão do município ao FIV é uma evidência da visão dos gestores e disposição para investir na melhoria da produtividade leiteira no município e na genética do rebanho em busca dos resultados para o produtor e também para a cidade. Dores foi a primeira prefeitura a investir nesse tipo de consultoria para atender a pecuaristas, sem a contrapartida financeira deles”.

O vice-prefeito Marcelo de Faria Paizante, acompanha de perto a execução da consultoria junto aos pecuaristas e ao Sebrae. Ele destaca a importância dos produtores e da administração andarem juntos para o fortalecimento da cadeia leiteira e também está satisfeito com o resultado alcançado.

“Os resultados estão sendo além do esperado. Nós estamos muito satisfeitos e os produtores também. A expectativa era de 100 prenhes, mas acredito, pelas confirmações já feitas, que vamos chegar a 120. Sabemos que muitos pecuaristas não teriam condições de colocar essa genética de boa qualidade dentro das propriedades, devido ao valor dessa tecnologia. Para a gestão pública essa é uma forma de valorizar nossos produtores de leite, melhorando a renda deles, dando uma condição de vida no campo melhor para eles”, destaca o vice-prefeito.

Fertilização in vitro (FIV)

O FIV é uma consultoria/programa do Sebrae que atende os produtores por meio da fertilização in vitro de embriões a partir da genética selecionada e maturação e produção dos embriões em laboratório credenciado no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O objetivo é o aumento da qualidade e produtividade do rebanho, associado a diminuição de custos de produção e assim aumentar a renda do produtor com a pecuária leiteira.

“No caso da parceria com as prefeituras o objetivo é o melhoramento genético do rebanho do município, aproveitamento de fêmeas mais novas ou mais velhas, que não suportariam uma gestação, melhoria da qualidade genética dos animais nascidos, possibilidade que muitos embriões sejam produzidos a partir de uma doadora geneticamente superior, aumento da produtividade de leite / rebanho / ano / hectare e, por fim, o aumento da renda do produtor com a atividade e a valorização e qualificação da atividade leiteira no município”, explica a gestora do Sebrae.