pube
Mercado

Setor de café do Brasil busca programa para sustentar preço de 10 mi sacas

por Reuters

em 26/08/2019 às 23h24

3 min de leitura

Setor de café do Brasil busca programa para sustentar preço de 10 mi sacas

Reprodução

Produtores de café do Brasil se mobilizam para emplacar um programa governamental que teria o potencial de sustentar os preços no maior exportador global da commodity, dando apoio direto a 10 milhões de sacas de 60 kg, ou cerca de um quinto da safra brasileira de 2019.

Em momento em que o setor no país lida com preços baixos, integrantes da Frente Parlamentar do Café pretendem apresentar na semana que vem um projeto de lei, com regime de urgência, que prevê a implantação do chamado Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) na modalidade invertida.

Para o Conselho Nacional do Café (CNC), que representa os produtores, a medida é importante no momento em que as cotações globais estão oscilando perto de mínimas de mais de 13 anos, em meio a grande safras.

pube

“O CNC sempre foi defensor da disponibilização deste instrumento aos cafeicultores, inclusive tendo contribuído para o desenvolvimento da proposta em reunião de seu conselho diretor de 23 de maio de 2019 ”, disse nesta sexta-feira em nota o presidente da entidade, Silas Brasileiro.

Por meio do Pepro Invertido, o produtor que vende o seu café por um valor acima de um preço de referência recebe uma subvenção econômica do governo, estimulando assim que o agricultor segure vendas para receber o tal prêmio, o que teria um impacto “altista ” no mercado.

O programa, que já foi realizado em 2007, segundo o CNC, é lançado quando os valores no mercado estão abaixo do valor de referência. Isso acontece atualmente, após duas safras volumosas no Brasil, sendo que a de 2018 registrou um recorde 61,7 milhões de sacas e a de 2019 (ano de baixa do ciclo bianual do arábica) somou 50,9 milhões de sacas, segundo dados do governo.

De acordo com a proposta formulada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e apresentada ao Ministério da Agricultura na última terça-feira, considerando um Pepro de 50 reais por saca, para 10 milhões de sacas, o volume de recursos públicos estimado seria de 500 milhões de reais, algo que pode ser desafiador, considerando a crise fiscal no governo.

O valor de referência sugerido para o café arábica seria composto do preço mínimo definido pelo governo, de 362,53 reais/saca, mais um adicional de apoio à comercialização de 54,38 reais/saca, acrescido de um custo de carregamento (21,24 reais/saca), o que resultaria em 438,15 reais.

Considerando o café arábica (tipo 6, bebida dura), só ganharia o prêmio de 50 reais/saca aquele produtor que vendesse o produto acima de 438,15 reais. Mas, para receber o Pepro, o produtor não poderia vender o produto por um valor igual ou superior a um teto estabelecido de 488,15 reais/saca.

A proposta também prevê um valor de referência para o café robusta, de 298,61 reais por saca, e o programa teria a mesma lógica para o produtor de grãos dessa variedade.

O programa, segundo a proposta, também pode envolver cafés de qualidade inferior. (*Por Roberto Samora)

Clique aqui e receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro do que acontece no agronegócio!