Meio ambiente

Pesquisa no ES reintroduzirá na natureza árvores raras e em extinção

A seleção das espécies foi feita baseada nas plantas em extinção e a pesquisa já obteve sucesso na produção de sementes

Árvores em extinção
Foto: Embrapa/divulgação

Uma iniciativa em solo capixaba vai reintroduzir na natureza 13 espécies vegetais raras, que estão em vias de desaparecer. A produção de mudas é feita em um viveiro instalado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A seleção das espécies foi definida por meio de uma lista da flora que está ameaçada de extinção.

A equipe, que conta com pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, já obteve sucesso no armazenamento de sementes de pau-brasil por 30 meses, mantendo sua capacidade de germinação. Outro avanço foi o isolamento de 11 fungos potencialmente patogênicos das raízes da braúna, que agora passarão por análises de DNA para identificação precisa.

Para entender como as mudas se desenvolvem, há experimentos feitos com diferentes substratos, regimes de irrigação e métodos de propagação. “Também estamos focados em entender a resposta das sementes ao processo de secagem e armazenamento, buscando estabelecer protocolos eficazes para o manejo e a conservação a longo prazo”, explica a pesquisadora Juliana Freire, representante da Embrapa Agrobiologia.

Segundo a pesquisadora, os primeiros experimentos já foram realizados com cinco das treze espécies selecionadas. Um desafio significativo identificado pela equipe é a alta taxa de mortalidade na fase de produção de mudas da Melanoxylon brauna e da Dinizia jueirana-facão, com uma taxa de sobrevivência inferior a 30%. Agora, os pesquisadores concentram esforços na detecção da possível presença de fungos nas raízes dessas espécies. Paralelamente, a equipe busca determinar as condições otimizadas de temperatura e substrato para a germinação da Dinizia jueirana-facao e da Handroanthus arianeae, além de definir as necessidades ideais para o armazenamento prolongado das sementes de Dalbergia nigra.

Entre as espécies contempladas estão a Syagrus ruschiana, a Handroanthus arianeae, a Aechmea maasii, a Vriesea neoglutinosa, a Couepia schottii, a icônica Dalbergia nigra (o pau-brasil), a Melanoxylon brauna (a braúna), a Swartzia linharensis, a Machaerium fulvovenosum, a Plinia renatiana, a Eugenia guanabarina e a Campomanesia espiritosantensis. Os pesquisadores incluíram a Dinizia jueirana-facao, uma espécie descoberta em 2017, e que já se encontra em estado crítico de conservação, com menos de 30 indivíduos adultos identificados na natureza.

Sobre o autor Fernanda Zandonadi Desde 2001, Fernanda Zandonadi atua como jornalista, destacando-se pelo alto profissionalismo e pela excelência na escrita de suas reportagens especiais. Tem um conhecimento aprofundado em agronegócio, cooperativismo e economia, com a habilidade de traduzir temas complexos em textos de grande impacto e relevância. Seu rigor e qualidade na apuração e narração de histórias do setor garantiram que seu trabalho fosse constantemente reconhecido pela crítica especializada, o que a levou a conquistar múltiplas distinções e reconhecimentos em premiações regionais e nacionais de jornalismo. Ver mais conteúdos