Mais lidas 🔥

Na Vila Batista
Vila Velha certifica sua primeira agroindústria de mel

Mercado
Preços do mamão formosa sobem com oferta menor nas principais regiões

Reconhecimento nacional!
Conexão Safra vence o Prêmio Ibá de Jornalismo 2025

De quarta para quinta
Veja as 55 cidades capixabas que estão sob alerta vermelho para temporais

Previsão do tempo
Instabilidade perde força no ES, mas sábado segue com nuvens e chuva fraca

Um levantamento feito pelo Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR), administrado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, apontou que o Espírito Santo foi o terceiro estado do país que restaurou a maior quantidade de área verde em nos últimos três anos. Foram 27,55 mil hectares, o equivalente a mais de mil quatrocentos estádios do Maracanã.
Os dados foram analisados de 2021 até 2024 e mostram que o Estado fica atrás apenas de São Paulo, com 37,53 mil hectares e Minas Gerais, 30,55 mil hectares. Somados, eles dedicam 95 mil hectares para a restauração ecológica, o equivalente a dois terços do total de área recuperada em todo o país. As três cidades estão inseridas no bioma da Mata Atlântica.
Além disso, as cidades de Aracruz e Montanha aparecem no ranking dos dez municípios que mais conseguiram recuperar florestas, os dois com 2,08 mil hectares restaurados. Os dados foram coletados até setembro deste ano.
A plataforma foi lançada em 2021, e na época, o país tinha 79 mil hectares de restauração. Esse ano, já são 150 mil hectares em processo de restauração.

Como funciona o observatório?
O observatório funciona como uma plataforma única do país que consegue consolidar dados a partir de levantamentos feitos não só com os governos estaduais, mas também de ONGs e coletivos de biomas.
Na plataforma é possível navegar por bioma e também por estados e municípios. O observatório possui três categorias de recuperação de área verde: restauração, reflorestamento e vegetação secundária. Para cada categoria, há um método diferente de obtenção de dados.

O dado considerado mais expressivo e relevante para a recuperação dos biomas é o de restauração, que funciona como um dado autodeclarado, ou seja, as instituições e organizações que fazem a restauração acontecer repassam esses dados de forma geoespacializada.
Já o levantamento de reflorestamento são dados de plantios silviculturais, com fins comerciais, e representam plantios de espécies exóticas ou nativas para produção de madeira, celulose e etc.
E a vegetação secundária é aquela que surge após a perda total ou parcial da vegetação original, seja por causas naturais ou por ações humanas.
O comitê gestor do Observatório é formado por Coalizão Brasil, WWF, WRI, Imazon e The Nature Conservancy.
Restauração no Estado
A secretária executiva do observatório destacou que as ações agroflorestais, além de ajudarem na recuperação da área verde, também trazem benefícios para o produtor rural.
“O que a gente mais tem encontrado são sistemas agroflorestais que aliam produção agrícola e produção de árvores. E nesse sistema é possível gerar os benefícios ecossistêmicos e também gerar renda, empregos. É bom para a natureza e para o produtor”, disse.
Além disso, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA) disse que, desde 2019, já foram investidos mais de R$ 50 milhões na recuperação e manutenção da Mata Atlântica a partir do Programa Reflorestar.
Ao todo o programa já atendeu mais de cinco mil produtores rurais, apoiando a manutenção e recuperação de mais de 25 mil hectares.
“O Reflorestar é o maior programa de pagamentos por serviços ambientais (PSA) do Brasil e tem por objetivo a obtenção da restauração do ciclo hidrológico bem como o aumento da biodiversidade, através do apoio ao produtor para reflorestar áreas estratégicas da sua propriedade, manter a vegetação nativa existente e ainda ter a oportunidade de transformar áreas de produção convencionais em áreas de produção mais sustentáveis, como por exemplo por meio de Sistemas Agroflorestais”, informou a secretaria.
O Reflorestar é gerenciado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e operacionalizado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). A expectativa do governo é de que mais de R$ 80 milhões sejam investidos no programa.
A nível municipal, as cidades de Aracruz e Montanha se destacaram com iniciativas de restauração, atrás municípios de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Piauí.

Em Aracruz, uma das ações foi o início da recuperação do manguezal do Piraquê-Açú-Mirim. O local foi destruído por uma chuva de granizo em 2016. Em junho deste ano, as primeiras mudas foram plantadas por ribeirinhos, catadores de caranguejos e pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O projeto de reflorestamento do mangue é um estudo inédito realizado pela Ufes, com apoio da Prefeitura de Aracruz. O objetivo é recuperar os 200 hectares da área destruída.
A prefeitura da cidade disse que se comprometeu a realizar a construção de barraginhas, que são estruturas de contenção de água que captam enxurradas e as infiltram no solo, recarregando o lençol freático e por consequência fortalece a recuperação da cobertura vegetal.

Além disso, a Secretaria de Meio Ambiente apontou projetos que fazem o manejo da vegetação e ações de educação ambiental e de recuperação de nascentes.
Já a cidade de Montanha, também no Norte do estado, informou que possui um Programa de Recuperação de Áreas degradas (PRAD), e também operações com empresas privadas, além do viveiro municipal que distribui mudas gratuitamente para o produtor rural e para a população de forma geral.
O município também destacou que realiza ações de educação ambiental nas escolas.




