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Meio Ambiente

Biocombustíveis: demanda externa aumenta e oferece oportunidades para o Brasil

por Equipe SNA Rio

em 02/05/2022 às 9h59

4 min de leitura

Biocombustíveis: demanda externa aumenta e oferece oportunidades para o Brasil

Foto: Pixabay

O alto preço do petróleo e a busca pela sustentabilidade no planeta continuam a estimular fortemente o uso de combustíveis, abrindo oportunidades para o Brasil, que é um grande exportador de etanol, informou o diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves.

“Em 2005, os Estados Unidos começaram a misturar 10% de etanol na gasolina, movimentando cerca de 140 milhões de toneladas de milho. Hoje os EUA querem aumentar para 15% a parcela de etanol na gasolina nos próximos meses”, destacou o especialista.

“A França também está aumentando o uso de etanol, neste caso, proveniente da beterraba, que tira o açúcar do mercado mundial, abrindo um espaço que pode ser ocupado pelo Brasil”.

Ainda segundo o diretor da SNA, “a Índia vai misturar 20% de etanol na gasolina, removendo 60 milhões de toneladas de cana, e a Indonésia pensa em colocar 40% biodiesel no diesel, e isso também representa uma abertura no mercado internacional”.

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O Brasil, que é considerado um modelo na área de energias renováveis, com 27% do etanol misturado à gasolina, e com a produção de biodiesel, poderá expandir sua área produtiva de forma sustentável para atender a essas demandas do mercado externo”, complementou Fava. “Essa é uma grande oportunidade para o País aumentar as exportações, a geração de renda e a criação de empregos.”

 

Vendas e produção

Informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compiladas pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), mostram que o Brasil exportou 1.76 bilhão de litros de etanol em 2021, totalizando US$ 933 milhões, contra 2.43 bilhões de litros em 2020, número que somou, no período, US$ 1.081 milhões.

Os principais destinos das exportações, foram, por ordem: Coreia do Sul, com 39,8% de participação; Estados Unidos, com 22,8%; Países Baixos (5,1%); Nigéria (4,6%) e Índia (4,1%).

Entre 2021 e 2022, as safras de milho e cana-de-açúcar ocorreram em direções opostas: enquanto a primeira avançou 29% em relação ao ciclo passado, a produção dos canaviais recuou 10,6%, após uma quebra histórica provocada por longos períodos de geadas e incêndios.

Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir 596.1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2022/23,  iniciada neste mês. O volume é 1,9% superior ao da temporada anterior.

No entanto, informou a Conab, a área de colheita deve ser 1,3% menor, “devido à forte concorrência com outras culturas”, devendo totalizar 8,2 milhões de hectares.

 

Expansão do etanol de milho

No caso do etanol de milho, o maior produtor mundial é os Estados Unidos. No Brasil, esse produto corresponde a 13% do total produzido, sendo que, há dois anos, sua participação não passava de 6%. Até 2030, a previsão do setor é atingir os 20%, com a produção de cerca de 10 bilhões de litros por safra. A expansão aconteceu de forma rápida, visto que essa indústria tem história recente no País.

A principal região produtora de etanol de milho é a centro-sul, com maior concentração em Mato Grosso, que possui 10 usinas em atividade, responsáveis por 87% da produção na safra recém finalizada. Em seguida estão Goiás, com cinco usinas, e Paraná e São Paulo, com uma indústria cada um.

Segundo dados da Unica, a segunda quinzena de março de 2022 registrou nove unidades industriais no centro-sul produzindo ativamente etanol a partir do milho, enquanto 16 tinham apenas a cana-de-açúcar. No mesmo período da safra 2020/21, eram 10 usinas de milho e 37 de cana, evidenciando os problemas enfrentados pelo setor canavieiro.

 

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