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Leite

Mais leite, menos esforço

Processo de ordenha robotizada otimiza produtividade e gera lucro para o produtor

por Animal Business Brasil

em 04/02/2021 às 14h35

7 min de leitura

Mais leite, menos esforço

*Fotos: Reprodução Animal Business Brasil

Reduzir o estresse das vacas, aumentar a produtividade e a lucratividade por animal, além de diminuir, em até 40%, a utilização da mão de obra, um dos grandes gargalos observados no setor da pecuária leiteira, são alguns dos benefícios do produtor ao adotar o processo de ordenha robotizada em sua propriedade.

É olhando para esse cenário que a Lely, fundada, em 1948 na Holanda, e desde 2013 no Brasil, direciona seus esforços para a criação de um futuro sustentável, lucrativo e agradável na fazenda. Com sede em Carambeí, no Paraná, a empresa desenvolveu robôs profissionais e sistemas de dados que aumentam o bem-estar, flexibilidade e a produção diária dos animais na fazenda.

“Estamos antenados a um futuro sustentável, lucrativo e agradável. O agro é um setor dinâmico com um papel essencial: alimentar uma população crescente ”, afirma o sales manager Brasil da empresa, João Vicente Pedreira (foto acima). “Em 2050, haverá nove bilhões de bocas para serem alimentadas. Isso significa que o mundo precisa produzir 70% mais alimentos. ” Na opinião de Pedreira, o aumento da produção de alimentos requer um agro eficiente, com manutenção e melhora da qualidade dos produtos, mantida, de forma sustentável e inovadora, respeitando humanos e animais.

O gerente da Lely destaca a importância do setor lácteo e, diante dessas perspectivas que, segundo ele, apesar de serem bem diferentes de tempos atrás, quando não existiam tantos investimentos em tecnologia, ainda há algumas restrições em relação às atividades do dia a dia no campo na pecuária leiteira. “Há muitas tecnologias disponíveis no mercado, mas ainda não absorvidas pelos pecuaristas. Entre elas estão os robôs de ordenha, que otimizam e profissionalizam o processo, além de dar mais qualidade aos produtos, gerar mais renda e qualidade de vida para toda cadeia produtiva ”, avalia.



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Produto

Segundo Pedreira, o robô de ordenha Lely Astronaut A5, lançado em 2018, teve vendas recordes e aumentou a adoção da robótica na pecuária leiteira em todo o mundo, impulsionando o faturamento da Lely em 46%, atingindo a casa dos 606 milhões de euros. “A base do sistema é que os animais tenham acesso a água, cama para deitar, alimentação e o robô de ordenha. Dizemos que esse animal é manejado em fluxo livre ”, explica. “Consequentemente, conseguem ter mais tempo produtivo, evitando grandes estresses, além de melhorar a saúde e o bem-estar animal ”, explica.

De acordo com o profissional, durante o processo, as vacas são atraídas para o robô de ordenha, completando a dieta de forma proporcional à produção com alimento concentrado que ela recebe dentro do próprio robô, o que aumenta a eficiência dos animais, considerando o estágio de lactação. “Buscamos ordenhar de maneira rotineira e tranquila, de três a cinco vezes ao dia, as vacas em início de lactação, momento de maior produção e melhor retorno econômico ”, diz. Já no terço mediano da lactação, as vacas são ordenhadas três vezes ao dia e, no terço final, duas vezes ao dia. ”, acrescenta.

Os sensores de avaliação de qualidade de leite identificam, de maneira antecipada, pequenas variações na saúde de úbere, indicando que o produtor deve atuar em uma abordagem pessoal naquele animal. Assim, a quantidade de vacas que permanecem no rebanho por longo tempo aumenta, o que permite dispor de mais animais à venda. “Dessa forma, os produtores que ordenham com o Lely Astronaut, passam a ser produtores de alimento nobre, que é o leite, com dados e informações ”, esclarece o profissional.

O gerente comercial da empresa pontua ainda que, ao fazer uso do robô, a operação básica de ordenha é eliminada, permitindo que o produtor tenha mais foco na gestão da atividade, podendo observar mais a vaca e atuando de acordo com os alertas que são dados pelo robô, permitindo antecipar determinadas anomalias. Além disso, os operadores do mecanismo passam a atuar em horários mais flexíveis e com menor dependência.

“Calculamos como média a relação de 2.500 litros/operário/dia, em comparação aos melhores sistemas de ordenha convencional, que ficam na casa dos 800 a 1000 litros ”, compara, acrescentando que as fazendas que iniciam ordenha robotizadas recebem suporte desde antes da chegada do Astronaut, pois são orientadas em relação aos layouts de instalação, permitindo aplicar técnicas de melhoria de eficiência das pessoas envolvidas na rotina e perspectivas futuras de ampliação.

Perspectivas

Com o aumento dos preços dos laticínios básicos em todo o mundo, um crescimento modesto na produção global de leite é esperado para 2021. A desaceleração do crescimento econômico, as guerras comerciais, além da disseminação da Covid 19, também impactarão os mercados globais de laticínios e os preços do leite.

Diante desse cenário, Pedreira acredita que a importância da sustentabilidade está no topo da agenda, devido à legislação, às regulamentações governamentais e à demanda dos consumidores (como rastreabilidade de alimentos, bem-estar animal, retenção da biodiversidade, etc.). “Como resultado, a sociedade está demonstrando um interesse crescente na produção de leite. Isso significa que os produtores devem ter um diálogo contínuo e aberto com as partes interessadas, além de administrar suas propriedades de forma consciente em relação à sustentabilidade, bem-estar animal e segurança alimentar ”, avalia.

O sucesso do Lely Orbiter e da plataforma associada ‘Mijn Melk’ (‘My Milk’) tem apoiado os produtores de leite nesta área. “Uma ‘mini fábrica de leite’ na fazenda significa que os agricultores podem responder às mudanças nas preferências dos consumidores e investir em um futuro sustentável para seus negócios ”, acredita Pedreira.

Estrutura

Com sede na Holanda e uma rede mundial de Lely Centers dedicadas localmente aos serviços de vendas e suporte personalizados, o grupo Lely está presente em cerca de 45 países e emprega ao redor de 1.600 pessoas. Por mais de 25 anos, a empresa global tem liderado as vendas e serviços no segmento de automação na produção leiteira, apoiando os produtores ao redor do mundo. “Diariamente, inspiramos nossos funcionários a oferecerem aos clientes soluções inovadoras e a construírem uma parceira de confiança de longo prazo, através de orientações e suporte ”, informa Pedreira.

A Lely America Latina está sediada na cidade paranaense de Carambeí desde 2013, quando entrou em no mercado latino-americano. Em sua sede, além do gestor regional, possui equipe de suporte técnico e de orientação ao produtor na transição dos sistemas de ordenha robotizados. “Temos equipe de gestão de venda e os Lely Centers, os seus distribuidores locais terceirizados no Brasil ”, informa o gerente de vendas.

Objetivos

“A atividade no Brasil é atrativa e, como todo negócio, deve ser bastante analisado. Para os produtores que iniciam com sistemas de ordenha robotizado, orientamos a focar nas atividades principais e relacionadas como a cria de bezerros até as vacas ”, afirma. “A produção de alimento é uma etapa importante e pode ser gerida por outro setor, pois demanda um conhecimento específico de lavoura, máquinas, colheita e conservação de alimentos ”, acrescenta.

De acordo com o profissional, o planejamento das instalações e as consequências da atividade, como esterco, devem ter atenção, sendo importante visitar clientes que já possuam os robôs. “Os produtores darão seu testemunho e o candidato a produtor de leite pode afinar sua vista olhando as vacas. ”

Ele destaca ainda que o Brasil possui várias bacias leiteiras competitivas, e tem se posicionado como um produtor de leite de destaque com a adoção de novas tecnologias. “A busca por escala e eficiência está em todos os níveis de perfil. A cadeia de atendimento de insumos e as técnicas adotadas no mundo todo estão presentes no nosso setor ”, comenta. “Campanhas de incentivos ao consumo saudável de leite e diversidade de produtos tornam a cadeia de lácteos bastante competitiva e vigorosa ”, arremata Pedreira.

*Por André Casagrande

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