Modelos climáticos

Próximo El Niño deve ser formar em 2026

Modelos climáticos indicam transição para neutralidade no início de 2026 e possível aquecimento do Pacífico ao longo do ano

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Imagem: National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa)/divulgação

As condições para a formação de um novo episódio de El Niño devem começar a se desenhar ao longo de 2026, segundo as previsões mais recentes do Climate Prediction Center (CPC), órgão da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), dos Estados Unidos. De acordo com os modelos climáticos, o sistema oceânico-atmosférico do Pacífico Equatorial deve passar primeiro por uma fase de neutralidade antes de qualquer aquecimento consistente que caracterize o fenômeno.

La Niña perde força e dá lugar à neutralidade

O relatório ENSO: Recent Evolution, Current Status and Predictions aponta que o atual episódio de La Niña tende a perder intensidade e se encerrar no início de 2026, com a transição para condições ENSO-neutras, quando não há predomínio nem de El Niño nem de La Niña, sendo mais provável entre o verão e o início do outono de 2026 no Hemisfério Sul.

Quando o El Niño pode surgir

Segundo os modelos analisados pelo CPC, não há indicação de El Niño nos primeiros meses de 2026. No entanto, à medida que o ano avança, cresce a atenção dos meteorologistas para sinais de aquecimento gradual das águas do Pacífico Equatorial central e oriental.

As projeções indicam que, se o aquecimento se mantiver de forma persistente, um episódio de El Niño pode começar a se configurar entre o segundo semestre e o final de 2026. Ainda assim, os especialistas ressaltam que a formação do fenômeno depende da combinação entre temperaturas da superfície do mar acima da média e um acoplamento atmosférico consistente.

Por que o El Niño preocupa

O El Niño costuma provocar impactos climáticos globais, como aumento das temperaturas médias, alterações nos regimes de chuva, secas prolongadas em algumas regiões e chuvas intensas em outras. No Brasil, o fenômeno frequentemente influencia o comportamento das chuvas no Sul, no Sudeste e no Nordeste, além de afetar a agricultura, os recursos hídricos e o setor energético.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o El Niño e a La Niña são partes de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial (e na atmosfera adjacente), denominado de El Niño Oscilação Sul (ENOS). O ENOS refere-se às situações nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño) ou mais frio (La Niña) do que a média normal histórica. A mudança na temperatura do oceano Pacífico Equatorial acarreta efeitos globais na temperatura e precipitação.