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Onda de calor impacta o rebanho bovino e desafia pecuaristas no ES

Com excesso de calor o rebanho ganha menos peso, o consumo de água aumenta e há impacto econômico nas fazendas. Especialista dá dicas para reduzir os impactos e melhorar o bem-estar animal

por Assessoria de Imprensa

em 27/02/2025 às 5h08

3 min de leitura

Onda de calor impacta o rebanho bovino e desafia pecuaristas no ES

Foto: reprodução

Com o frequente alerta de ondas de calor acima da média no Estado, a preocupação com a criação de gado ganha destaque e demanda precauções adicionais para prevenir impactos econômicos e minimizar o estresse nos animais. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) prevê temperaturas acima da média histórica em quase todo o Brasil entre fevereiro e abril de 2025, enquanto as chuvas são previstas abaixo da média. As temperaturas elevadas têm sido uma constante neste verão, com várias cidades frequentemente registrando máximas próximas ou superiores a 30°C. Mesmo os bovinos zebuínos, conhecidos por sua resistência ao calor, sofrem os efeitos prejudiciais do clima extremo.

Para bovinos de corte, temperaturas acima de 30°C, aliadas à alta umidade e baixa ventilação, podem gerar impactos negativos severos. O calor excessivo compromete a saúde e o bem-estar do rebanho, reduzindo a ingestão de alimentos, aumentando o consumo de água e impactando funções fisiológicas essenciais, como a respiração e a frequência cardíaca. Segundo a zootecnista e especialista em gestão pecuária Renata Erler, esses fatores resultam em desconforto e queda no desempenho produtivo dos animais.

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Entre as principais preocupações dos pecuaristas estão a redução do tempo de pastejo, resultando numa diminuição do consumo de forragem e na consequente queda na produção. O calor elevado também amplifica o consumo de água na fazenda, provocando mudanças significativas na rotina dos animais e gerando impactos econômicos diretos.

“O calor intenso também compromete a conversão alimentar e a deposição de gordura intramuscular, afetando a maciez e o marmoreio da carne. Além disso, o menor consumo de ração reduz o ganho de peso, impactando diretamente a rentabilidade da atividade pecuária.”

As vacas leiteiras também sofrem com o estresse térmico, reduzindo a ingestão de alimentos e, consequentemente, a produção de leite. “O calor afeta o metabolismo do cálcio, aumentando o risco de doenças como a hipocalcemia, e prejudica a fertilidade das vacas, dificultando a reprodução.” explica a especialista.

 

Reduzindo os efeitos do calor

Os impactos das ondas de calor são minimizados quando os animais têm acesso a sombra, água de qualidade e, especificamente no gado leite, sala de resfriamento e ajuste de dieta em casos extremos. Para reduzir os efeitos do calor sobre o gado, os pecuaristas podem adotar diversas medidas preventivas de acordo com a zootecnista Renata Erler.

  • Sombreamento: Árvores e estruturas artificiais ajudam a reduzir a temperatura corporal dos animais. O ideal é fornecer pelo menos 4 a 6 m² de sombra por animal, com materiais que bloqueiam mais de 70% da radiação solar.
  • Disponibilidade de água fresca: Manter os bebedouros limpos e garantir o acesso à água é essencial para evitar a desidratação.
  • Manejo alimentar adequado: Alimentar os animais nos horários mais frescos do dia e ajustar a dieta para minimizar o calor gerado na digestão.
  • Melhoria da ventilação: Sistemas de ventilação e resfriamento evaporativo são alternativas viáveis para gado confinado.
  • Uso de aspersores: Em sistemas mais intensivos, a umidade na pele do animal pode ajudar na dissipação do calor.

As ondas de calor tendem a se tornar cada vez mais frequentes e intensas, exigindo que a pecuária se adapte. Os produtores devem investir em infraestrutura de sombreamento e resfriamento, melhorar a eficiência produtiva e utilizar raças mais adaptadas ao calor. Além disso, a previsão climática deve ser utilizada para ajustes antecipados no manejo e na alimentação.

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