Engano leva famílias do MST à fazenda errada em Muniz Freire (ES)

Na última terça-feira (28), às 14h, algumas famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram, por engano, até uma fazenda chamada “São Domingos”, em Muniz Freire. A intenção do grupo era acompanhar o projeto de assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O local da fazenda desapropriada do projeto, no entanto, era outro. O engano da localidade foi alvo de fake news nas redes sociais.

A causa do engano do MST foram os nomes iguais das duas fazendas, ambas localizadas no município de Muniz Freire. Algumas famílias foram para a fazenda incorreta e o proprietário do imóvel, assustado, achou que eles iriam invadir a terra e acionou a Polícia Militar, que foi ao local. Após esclarecimentos, as pessoas foram liberadas.

A polícia também compareceu à fazenda desapropriada pelo Incra e, segundo o superintendente regional substituto do instituto, Diogo Lima, o engano foi solucionado pacificamente. “Eu estava presente e expliquei o ocorrido aos policiais”.

A fazenda correta em questão é a São Domingos, no distrito de Itaici, município de Muniz Freire, próximo à sede da cidade de Ibitirama, e a posse foi liberada em um processo iniciado em 2011. Segundo o superintendente, a área já está desapropriada e será criado um projeto de assentamento com capacidade estimada para 15 famílias.

Notícia falsa

“Tenho recebido informações de que alguns moradores do local, acreditando na notícia de que eles iriam invadir. Eles estão se mobilizando para impedir que os mesmos ocupem a área já desapropriada perante improdutiva pelo Incra, ao contrário do que estão propagando”, relatou Diogo Lima.

As informações repassadas por internautas na internet afirmavam que as famílias estavam se mobilizando para invadir a Fazenda São Domingo”, que fica a quatro km do distrito de São Francisco, em Ibitirama, sendo que na verdade ocorreu um engano e a fazenda também não fica localizada no município de Ibitirama, como dizem alguns vídeos que circularam nas redes sociais.

O projeto de assentamento

Algumas famílias que estavam acampadas em Guaçuí foram acompanhar o procedimento de imissão (tomada de posse), sendo que algumas delas se prontificaram em permanecer na área, junto a uma família que já reside no local, até que o Incra lance um edital para efetivamente selecionar as famílias que vão participar do assentamento.

Entretanto, essas famílias não têm garantia de permanecer na área após a seleção, visto que o processo é público e aberto para todos os interessados e segue uma série de requisitos estabelecidos na lei 8.629/93.

Mesmo tendo conhecimento disso, elas se prontificaram em permanecer na área e garantir que nada na fazenda fosse roubado (o Incra indenizou todas as benfeitorias do imóvel, curral, casas, cercas etc) e que não ocorresse nenhuma outra ocupação que poderia atrasar a criação do projeto de assentamento.