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Felipe Masid

Colunista Conexão Safra.

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E aí? Tem coragem?

por Felipe Masid

em 19/11/2023 às 11h57

5 min de leitura

E aí? Tem coragem?

O agronegócio tem uma cadeia extensa e de muitas possibilidades, desde o planejamento do cultivo à mesa do consumidor. Assim como todo investimento, o empreendedor que busca investir neste setor deve estudar e conhecer bem seu negócio e seu mercado. Entender o seu projeto de negócio é fundamental para obter sucesso, e são muitas as questões a serem respondidas, por isso existem profissionais especializados nessa área, na esfera pública, através da EMATER-Rio – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro, responsável pela execução de políticas públicas de Assistência Técnica diretamente aos produtores cadastrados no Estado do Rio de Janeiro, prestado por profissionais vinculados aos escritórios regionais; e na iniciativa privada através de programas geridos por entidades privadas custeados com recursos públicos destinados à execução de programas de fomento e capacitação, como o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequenas empresas, atuando com foco no fortalecimento do empreendedorismo e na aceleração do processo de formalização da economia por meio de parcerias com os setores público e privado, programas de capacitação, acesso ao crédito e à inovação, estímulo ao associativismo, e incentivo a educação empreendedora na educação formal. Estes profissionais capacitados e comprometidos que atuam nestas empresas e entidades, podem levantar minuciosamente os dados necessários para a composição do cenário apropriado para a projeção do seu negócio e mitigar riscos, protegendo seu investimento e maximizando seus lucros. Lembre-se de anotar e planilhar tudo! Nenhuma informação é irrelevante, por mais que pareça.

Utilizaremos como exemplo um pequeno produtor familiar numa região qualquer do Estado. Partiremos da premissa de que nem sempre o que você gostaria de cultivar, é o que terá maior viabilidade técnica e maior valor agregado para definir seu investimento. Imprescindível analisar o potencial e os pontos fracos (Matriz SWOT); assim como conhecer o solo de sua propriedade fazendo uma análise completa; verificação das condições edafoclimáticas da sua região; o que os produtores da sua região produzem; qual o desempenho desses “concorrentes”; conhecer o mercado consumidor para entender qual produto tem maior valor agregado; analisar a viabilidade técnica e econômica propriedade x recursos x mercado para estimar o valor de investimento para cada um dos produtos mais apropriados; atenção aos Arranjos Produtivos Locais, conhecidos como APLs; tudo isso sem deixar de lado a sua vocação e criatividade. Os cuidados na hora de escolher seu produto são necessários para a tomada de decisão correta. Espaço também não é problema, pois uma técnica que vem sendo cada vez mais utilizada é a do Cultivo Protegido ou Cultivo em Estufas, utilizando o espaço vertical e horizontal, onde cria-se um ambiente controlado por equipamentos que comandam a temperatura, através de entrada e exaustão de ar, controle da umidade, através de sistemas de irrigação por gotejamento ou microaspersão, além do isolamento de vetores que causam doenças fitossanitárias. Um mundo de opções somente tomando como exemplo a produção no setor primário, como proposto inicialmente.

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Já pensou em preparar o solo, plantar uma semente e cuidar dela até que ela se torne seu produto final em estágio de venda? E aí? Tem coragem? Para muitos, esse processo é impensável, porém, vale a reflexão para valorizarmos todo alimento que consumimos, e todos os profissionais que são importantíssimos para que o alimento chegue ao seu prato.

Considerando a importância do investimento para viabilizar o negócio, sendo este capital baixo, médio ou alto, dependendo da sua disponibilidade de recursos, da tecnologia embarcada, e da complexidade do projeto, visando o incentivo das cadeias do agronegócio fluminense, o pequeno produtor formalizado pode contar com algumas linhas de crédito importantes ligadas às políticas públicas de fomento ao setor, através da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento representando o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que oferece doze linhas de crédito com juros subsidiados de 2% ao ano para as áreas de fruticultura; produção de mel; produção de flores; produção de cultivo orgânico; piscicultura, ranicultura e carcinocultura; melhoramento genético de rebanhos bovinos; cadeia da pecuária leiteira; investimento na adequação e melhoramento da agroindústria familiar; investimento em ovinos; energia fotovoltaica; produção avícola; e fomento da produção cafeeira. Além dos exemplos citados, atualmente as principais instituições financeiras do país possuem produtos que foram criados especificamente visando o fomento do agronegócio. Em qualquer fase do seu negócio, é apropriado o aporte de recursos subsidiados, destinados ao melhoramento da planta para adequação às normas, para modernização dos processos com a aquisição de equipamentos visando o aumento da produtividade, ou até mesmo como capital de giro para otimizar seu poder compra de insumos e equilibrar seu fluxo de caixa.

Projeto implantado, o produtor deve buscar realizar uma gestão eficiente da sua propriedade rural, que melhor significa profissionalizar a sua produção, aumentar a qualidade dos seus produtos, mapear os processos internos para conferir a eles maior eficiência, ampliar a sua margem de lucro e tornar o seu empreendimento mais competitivo. Todo esse processo é vivo e mutante, devendo ser reavaliado e reajustado periodicamente, sendo extremamente importante o investimento na capacitação e atualização dos profissionais que participam de todo o processo.

Felipe Marinho Masid, Especialista em Gestão de Agronegócios pela UFRRJ
Administrador de Empresas, Gestor de Projetos, Gestor Público – Diretor Geral de Administração e Finanças da SEPLAG. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.

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