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O Relatório de Compras de Café Sustentável de 2024, publicado este mês pela Plataforma Global do Café (GCP), revelou que mais empresas integrantes da plataforma compram cafés sustentáveis em um volume maior. Os cafés sustentáveis, declarados por 11 torrefadoras e varejistas líderes no mercado, representaram 75,36% do total de compras relatadas – o equivalente a 21% das exportações globais de café verde em 2023/24 (dados da ICO).
Entre essas 11 empresas integrantes da plataforma – são 176 membros, em sua maioria empresas e entidades do setor – estão JDE Peet’s, Keurig Dr Pepper, Grupo Melitta e Nestlé. Em 2024, nove empresas forneceram informações à plataforma. Constam dos relatórios coletivos do GCP dados que revelam não só o volume total de cafés adquiridos em 2024 (sustentáveis ou não) por cada uma dessas empresas como, em alguns casos, de onde vieram esses cafés.
“Estamos satisfeitos em ver o número crescente de empresas que adotam a transparência”, comemorou Anette Pensel, diretora-executiva da GCP, em comunicado. “Os consumidores de café, os acionistas corporativos e os investidores esperam ter acesso cada vez maior a informações transparentes sobre as estratégias de sustentabilidade, o progresso e o impacto do nosso setor.”
Com métricas comuns, que permitem comparações, o relatório, que está em sua 6a edição, fornece um panorama sobre a demanda por cafés sustentáveis dessas empresas ao longo dos últimos anos, originários de 34 países. Desde 2018, por exemplo, o volume total desses cafés adquiridos aumentou mais de 170%, passando de quase 640 mil toneladas para cerca de 1,74 milhão de toneladas em 2024.
Das origens, o Brasil é, de longe, o que mais vendeu cafés sustentáveis (pouco mais de 664 mil toneladas), seguido do Vietnã, com cerca de 446 mil toneladas.
Além do progresso na aquisição de cafés sustentáveis, o relatório mostra transparência nas aquisições, o que, segundo Anette, é um incentivo para a melhora contínua de produtores e de toda a cadeia. Há empresas que avançam de forma consistente na agenda da sustentabilidade, como a torrefadora familiar Julius Meinl, de Viena, na Áustria, que ampliou a participação de cafés adquiridos sob critérios sustentáveis de 21,75% em 2022 para 71% em 2024.
O critério para definir se esses grãos comprados são sustentáveis ou não passa por aval da plataforma, cujas diretrizes fundamentais de sustentabilidade estão expressas em um Código de Referência de Sustentabilidade do Café (Coffee SR Code).
Ao todo, 26 programas de sustentabilidade são reconhecidos pela GCP. Somados, eles abrangem mais de 2,6 milhões de cafeicultores e 5,8 milhões de hectares plantados. Entre eles estão o Nespresso Programa de Qualidade Sustentável AAA, da Nestlé, o protocolo Gerações, da cooperativa Cooxupé, e o programa Impact, da trader suíça Sucafina.




