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A cultura do alho volta a ganhar força no Espírito Santo graças a um projeto conduzido pela Embrapa Hortaliças (Brasília – DF), em parceria com o Incaper e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). A iniciativa, financiada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), reúne resultados expressivos que serão apresentados neste mês em eventos no Paraná e em Domingos Martins, na região serrana capixaba.
O encontro no estado foi no dia 18 de novembro, às 14 horas, no Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento Rural – Serrano, em Domingos Martins. Além de mostrar os avanços alcançados, o evento marcou o encerramento do projeto Alho Livre de Vírus (ALV), que se consolidou como uma alternativa viável para fortalecer a agricultura familiar tanto no Espírito Santo quanto no Paraná. Participaram especialistas da Embrapa Hortaliças, entre eles Ítalo Ludke, Francisco Vilela e Lenita Haber.
No Espírito Santo, o trabalho teve como foco os municípios de Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins, onde a cadeia produtiva vinha enfrentando problemas históricos ligados à queda de produtividade e à perda de qualidade. Ao longo de quatro anos, agricultores familiares, técnicos e extensionistas receberam capacitação em sistemas modernos de produção, manejo adequado da lavoura e uso de cultivares de maior rendimento.
Um dos principais diferenciais foi a oferta de alho-semente livre de vírus, submetido a um processo de limpeza clonal, que envolve multiplicação in vitro e testes laboratoriais para eliminar vírus e outros microrganismos. As viroses podem reduzir entre 30% e 50% da produtividade, afetando diretamente a competitividade da cultura. “Com a inserção do alho-semente livre de vírus e das tecnologias que permitem sua multiplicação e o manejo correto da cultura, acreditamos ser possível resgatar e consolidar o cultivo do alho nesses dois estados”, afirma o pesquisador Francisco Vilela.
No Espírito Santo, a expectativa é de retomada. A pesquisadora do Incaper Andréa da Costa destaca que muitos agricultores haviam abandonado o plantio devido à queda na performance das lavouras. Com o uso do material genético livre de vírus e o aprimoramento das práticas de manejo, ela vê condições reais para reerguer a cultura na serra capixaba, com ganhos de qualidade e renda para a agricultura familiar.
No Paraná, a iniciativa também abre caminho para a reorganização produtiva. Segundo João Reais, coordenador estadual de Olericultura do IDR-Paraná, o estado instalou 90 unidades demonstrativas e aposta na autonomia dos agricultores familiares, que passam a gerir seu próprio material genético por meio de cooperativas e associações.
Os resultados do projeto ALV indicam que o modelo adotado pode ser decisivo para reposicionar o Espírito Santo no mapa do alho nacional, trazendo inovação, sanidade e maior competitividade para um cultivo tradicional da agricultura familiar serrana.





