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A união que faz a diferença em Pedra Lisa

por Redação Conexão Safra

em 30/06/2015 às 0h00

6 min de leitura

A união que faz a diferença em Pedra Lisa

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Um grupo de cinco mulheres se uniu para fazer o que gostam e sabem: fabricar pães, biscoitos e doces para aumentar a renda familiar

Alissandra Mendes



Determinação e foco são as principais características de pessoas bem sucedidas. Quando elas se juntam, a união faz uma enorme diferença e o sucesso fica cada vez mais próximo. O Associativismo, o cooperativismo e a vontade de crescer, muito presentes nesse caso, passam a fazer parte da rotina e se tornam os melhores frutos que podem ser colhidos. O prazer em produzir pães, biscoitos, bolos e doces, e a união, fizeram com que um grupo de mulheres na localidade de Pedra Lisa, no distrito de Pacotuba, em Cachoeiro de Itapemirim, começassem a projetar e antecipar o futuro. Luciana Maraga Permanhane, Aline Grilo Fidellis Alves, Leane Pereira da Silva, Valéria Leite Monteiro Permanhane e Marinês Salles de Oliveira são as responsáveis pela marca ‘Sabores de Pedra Lisa’, que faz parte da Cooperativa de Agricultura Familiar de Cachoeiro de Itapemirim (CAAF).

Elas sempre sonharam em aumentar a renda familiar fazendo o que sempre gostaram. E foi através da associação ‘Mulheres da Prata’, em Anchieta, já que foram destaque na revista Safra, é que ele perceberam que o sonho de ter a própria agroindústria era possível. “Fizemos algumas visitas lá e elas são nosso exemplo ”, contou Aline.

Apesar de já colherem bons frutos com o trabalho, as cinco mulheres enfrentaram desafios, mas não desanimaram por sempre acreditar que estão no caminho certo. “Sempre sonhei em ganhar dinheiro com alimentação. Gosto muito do que faço e hoje, me sinto realizada, pois faço o que gosto ”, comentou Luciana. Com o dinheiro que ganham com a venda dos produtos, elas já conseguiram mudar a vida da família. Luciana comprou sua moto. “Não é nova, mas comprei com meu dinheiro ”, comemora. “Paguei o empréstimo e comprei o material para construir minha casa ”, ressaltou Marinês. “Comprei um notebook e um forno que eu sempre quis ”, celebra Valéria. “Ajudei meu marido na reforma da casa e comprei algumas coisas para a casa ”, disse Leane. “Estou juntando o meu dinheiro para trocar o de carro ”, afirmou Aline. Sonhos, planos e cooperação. Essas palavras resumem bem o que é o grupo de mulheres ‘Sabores de Pedra Lisa’. “Temos um desafio diário. A convivência é difícil, mas enfrentamos todas as dificuldades e focamos em nosso trabalho. Nosso objetivo é conquistar o mercado e estamos trabalhando para que isso aconteça ”, ressaltou Valéria.

Grupo começou com 18 mulheresComo em qualquer atividade, o início não foi tão fácil para as cinco mulheres. “Fomos convidadas para produzir e fornecer a merenda escolar em Cachoeiro de Itapemirim. Reunimos um grupo de mulheres e fazíamos de casa mesmo, mas com o tempo, tínhamos que ter um espaço próprio para isso. Foi quando, a igreja católica da comunidade nos forneceu esse espaço ”, contou Aline. Elas contaram que tudo foi muito rápido. “Fizemos em casa até termos uma agroindústria. Nós cinco estamos juntas há cinco anos. Éramos em sete, mas duas precisaram sair. Na verdade, quando começamos a conversar sobre a implantação da agroindústria, eram 18 mulheres. Mas quando souberam que teriam que investir dinheiro, quase todas desistiram ”, explicou Valéria.

De acordo com elas, a dificuldade maior no início foi convencer as outras mulheres em fazer parte do grupo. “Quando falávamos o que tinha que fazer quase ninguém quis. Tinha o barracão que a igreja nos cedeu para fazermos a obra. Nós enfrentamos os desafios ”, continuou Liane. Como ainda não estão fornecendo a merenda escolar, as mulheres trabalham às quartas, quintas e sextas-feiras, das 07h30 às 17h00. “Estamos atendendo a demanda da Feira do Agricultor Familiar, que acontece toda sexta-feira, na Praça de Fátima, em Cachoeiro de Itapemirim, e com isso, estamos tendo um pouco mais de tempo do que o habitual.

Mas, como voltarmos com a merenda, trabalhamos de segunda a sexta-feira ”, explicou Luciana. Elas contaram que preferem atender a merenda escolar. “Dá menos trabalho. Só produzimos dois tipos de biscoito para a merenda escolar. Agora, para atender a Feira , precisamos fazer três receitas de cada, os biscoito são mais delicados e suja muita vasilha. Mas, mesmo assim, ainda é um trabalho prazeroso. Nem percebemos a hora passar. Todo mundo faz um pouco de tudo aqui dentro ”, contou Marinês.

As receitas são guardadas a sete chaves. “Temos o nosso livro de
receita e fizemos uma reunião, logo no início do grupo, e concordamos que as elas não devem sair do grupo. Cada uma colocou sua receita e é o nosso segredo ”, afirmou Aline.

Para participar da Feira em Cachoeiro de Itapemirim, elas criaram o rótulo para os produtos. “Fizemos isso também de olho no mercado. Queremos ir crescendo devagar para traçarmos nosso próprio caminho. Já paramos para pensar que não daremos conta de uma produção maior. A tendência é colocar mais mulheres, já que a comunidade tem mulheres que precisam trabalhar ”, garantiu Leane. O grupo ganhou o maquinário da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) e também um carro para ajudar no transporte dos produtos. “O maquinário ainda não está funcionário por causa da energia.
Estamos dando um passo de cada vez. Já providenciamos o poste e logo teremos a energia suficiente. Agora estamos na esperança de recebermos o carro que ganhamos ”, comemorou Aline.

Conciliação com a rotina doméstica Além da agroindústria, as cinco mulheres são casadas e têm filhos.
Com isso, o trabalho é divido com a rotina de casa, e elas garantem que os maridos apoiam o trabalho. “Temos que arrumar tempo para a família e nos desdobramos com a rotina de casa e da agroindústria. A Leane tem uma criança de quatro anos e Aline um de sete anos, e a Luciana tem em um curral com o marido dela ”,
contou Valéria. “Acordo 05h00 todo dia e trabalho todos os domingos, pois meu filho sai e eu preciso ficar no curral para tirar leite. Mas, não tenho nada a reclamar não, está tudo muito bom. Gosto do faço e trabalho porque gosto. Antes da agroindústria não tínhamos renda nenhuma e agora temos nosso próprio dinheiro ”, disse Luciana.O investimento na construção da agroindústria foi de R$ 22 mil. “Os maridos nos apoiam.

Estamos ajudando na renda em casa. Eles tiveram uma participação muito importante na obra desde o início. A
igreja cedeu o espaço, a gente entrou com o dinheiro, mas ainda tinha a mão de obra e pagamos os pedreiros e os maridos vinham aqui ajudar ”, explicou Aline. Mesmo trabalhando o dia todo na produção de pães, bolos e biscoitos, elas contaram que chegam em casa e preparam os quitutes para a família. “Chegamos em casa e ainda vamos bater um bolo, fazer um biscoito. Conseguimos conciliar bem o trabalho de casa e da agroindústria ”, completou Marinês.











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