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A introdução de uma nova cultura promete mexer com a vida de agricultores familiares de Jerônimo Monteiro e movimentar a economia da terra do café e da laranja. Na segunda-feira (20), 1.500 mudas de goiaba foram entregues a seis produtores locais pelo projeto Arranjos Produtivos, da Assembleia Legislativa (Ales). Eles fazem parte da Associação de Moradores e Produtores Rurais de Caeté.
O coordenador técnico do projeto, Douglas Gasparetto, destacou a rentabilidade que a goiaba pode proporcionar, já que é possível colher frutos o ano inteiro. A produção atinge seu auge dois a três anos após o plantio, com 150 quilos de fruto por pé, anualmente. “Com poda programada, e manejo correto, o produtor pode chegar a 300 quilos”, pontuou o técnico em fruticultura.
Segundo a técnica Géssica Bighi, referência do projeto na cidade, o cultivo de goiaba é uma boa fonte de renda. Com o plantio de 250 mudas (quantia entregue a cada produtor) em uma área de 5.000 metros quadrados, ela estimou um ganho bruto de R$ 120 mil ao ano. Descontados os custos com energia, adubo e outros, o ganho livre mensal seria superior a R$ 6 mil por agricultor.
Uma plateia atenta, formada por produtores e gestores locais, acompanhou a entrega das mudas feita pelo presidente Marcelo Santos (Podemos) no auditório da Secretaria Municipal de Educação.
“Jerônimo Monteiro foi a primeira cidade a aderir ao nosso projeto (…), uma construção a várias mãos (…). O que nós estamos fazendo é política pública, é conhecer o papel do homem e da mulher do campo, da agricultura familiar, do pequeno produtor, do camponês, que muitas vezes não tem o olhar do Estado. Quando eu falo Estado, falo de prefeitura, de câmara, assembleia, governo federal, congresso nacional”, disse o presidente.
“(…) aquele que produz uma quantidade enorme de café, laranja, cacau, esse não precisa muito do Estado, esse o Estado vai atrás dele oferecer empréstimo a longo prazo”, pontuou Marcelo Santos.
Dirigindo-se aos produtores, a secretária da Casa dos Municípios, Joelma Costalonga, disse que “é preciso enxergar o pedaço de terra como um empreendimento”, “um trabalho de entrega” que tem por objetivo “construir uma comunidade melhor”.
A visão de Joelma é compartilhada pelo casal de produtores Sandra e Renato Fontoura, beneficiados com as mudas. Aos 50 anos, ele começou a trabalhar na lavoura há 40, com o pai. “Cresci na lavoura de café”, contou. Hoje é Renato quem tem a ajuda de um filho na produção do café conilon.
Com brilho nos olhos e sorriso nos lábios, Sandra disse que está ansiosa, sonhando com a venda das frutas e a produção de geleias.
O produtor Antonio Marcos Azeredo Coutinho também é participante do projeto e produtor de café, mas decidiu se lançar ao cultivo da goiaba. Ele destacou a importância de diversificar a produção. Além do conilon, ele produz banana “mas para consumo próprio”.
O plantio de goiaba também abre perspectivas para o município. O prefeito Sergio Fonseca falou sobre a expectativa de inclusão no Programa de Alimentação Escolar, por meio da oferta de polpas da fruta para o suco a ser oferecido aos alunos.
Culturas
A goiaba é um das quatro culturas a receberem impulso pelo projeto, conforme escolha feita pelo conselho de governança formado por produtores, associações locais e técnicos. Segundo Gasparetto, o Arranjos Produtivos contempla 120 agricultores familiares de Jerônimo Monteiro e vai potencializar também o plantio de café (300 mil mudas); cacau (2 mil); e cítricos (6 mil), como laranja, ponkan e limão.
Outro foco da iniciativa é apoiar e fomentar agroindústrias locais de tilápia, polpa de frutas, massas e biscoitos.




