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Fruticultura

De olho nas mudanças climáticas, produtor investe em cultivos semi-hidropônicos

Produtor de morango de Venda Nova do Imigrante foi o primeiro da região a utilizar o sistema

por Leandro Fidelis

em 09/01/2020 às 11h52

3 min de leitura

De olho nas mudanças climáticas, produtor investe em cultivos semi-hidropônicos

*Fotos: Divulgação

O desafio de produzir morangos em qualquer época do ano, enfrentando
principalmente o calor intenso de épocas mais quentes, levou um produtor de Alto Caxixe, distrito de Venda Nova do Imigrante, na região serrana capixaba, a investir em plantios semi-hidropônicos. Gilberto Carlos Gagno, o “Gil ”, conseguiu diminuir a incidência de doenças e valorizar o produto no mercado após optar pelo sistema. No entanto, ele destaca a necessidade de pesquisas sobre novas variedades mais adaptadas à nova realidade climática.

Gagno resolveu apostar no morango semi-hidropônico há três anos. Ele conta que foi o segundo produtor da região a utilizar o sistema. Os primeiros plantios ocorreram em 2017. Em julho do ano passado, os cultivos foram renovados com a introdução de 5.000 mudas suspensas.

Segundo o produtor, a troca deve ser feita a cada dois anos. A produção de morangos de semi-hidroponia só tem dois anos e atingiu de 1,5 kg a 1,8 kg por pé na última safra.

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Os cultivos semi-hidropônicos utilizam bancadas entre 60 e 80cm de altura, dependendo do terreno. A cada novo plantio, renova-se o substrato, que segura a umidade dos pés de morango por mais tempo. “Só na água, no sistema hidropônico completo, as frutas perdem o sabor ”, avalia Gil Gagno.

O produtor ainda produz morango no chão e faz questão de ressaltar que há dez anos não usa agrotóxico em larga escala, só no caso de doença, com carência de um dia entre as aplicações.

“No sistema semi-hidropônico utilizo menos ainda. Posso garantir que 80% do meu produto é natural ”.

A variedade Álbio predomina nos plantios com produção o ano todo. Segundo Gagno, esse morango suporta mais o calor no verão, quando colhem-se frutas mais doces e suculentas.

“Enquanto no campo, o morango pega sol direto e não da fruta, na estufa o efeito da luz diminui,
e os cultivos ficam protegidos da chuva e de doenças. O custo é mais alto, porém consigo vender acima do valor de mercado ”, diz.

Com duas décadas na atividade, Gil Gagno quer testar novas variedades para melhorar a produtividade. Para o produtor, as variedades atualmente disponíveis no mercado não acompanharam as mudanças climáticas do período. “Tem que ter mais pesquisa encima do morango. O que temos é qualidade de vinte anos atrás. A temperatura está aumentando ano a ano, e as atuais variedades, ficando fracas ”.

*Esta matéria faz parte do Anuário do Agronegócio Capixaba, disponível aqui na íntegra!

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