Para Fabrício Tristão, os números de exportação de café parecem estar se consolidando num patamar mínimo de cerca de 5 milhões de sacas anuais pelos portos capixabas, indicando que os próximos anos devem registrar volumes de embarques dessa grandeza ou ainda maiores. Isso porque cada vez mais a cafeicultura no Espírito Santo e regiões vizinhas tem se aperfeiçoado, resultando, de um modo geral, em aumentos sucessivos de produção.

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Outro componente que explica a tendência e necessidade de aumento das exportações é o lento crescimento do consumo interno de café verificado ao longo dos anos.

 

Rastreabilidade e sustentabilidade

Cerca de 92% das exportações de café em 2023 foram escoadas por empresas associadas ao CCCV, muitas delas já possuem projetos próprios de certificação e rastreabilidade, além de integrarem a plataforma de rastreabilidade desenvolvida pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, de forma pioneira, em parceria com a Serasa Experian e apoiada pelo CCCV.

Com essas medidas os exportadores capixabas já se organizam, em estágio bem avançado em relação aos outros países produtores, para atenderem aos padrões internacionais de proteção ao meio ambiente e respeito aos direitos humanos, produzindo e comercializando cafés com mais qualidade e cada vez mais sustentáveis.

 

Mais de 1,5 bilhão de reais em investimentos

Os exportadores capixabas de café associados ao CCCV realizaram investimentos que ultrapassam 1,5 bilhão de reais nos últimos dois anos, incluindo projetos industriais, novos armazéns de processamento de café e melhorias em estruturas já existentes. Um dos projetos mais recentes destacado pelo Presidente do CCCV é uma nova indústria de descafeinação de café no município de Sooretama, Norte do Espírito Santo.

“Com estes números, os associados do CCCV gostariam de “Expressar” a sua confiança no negócio e o compromisso em dar liquidez e escoar a safra de café capixaba com segurança e competência. A força do “agro” do Espírito Santo é o café”, afirmou Fabrício Tristão.

 

Desafios e oportunidades para os próximos anos

Entre os principais desafios para os quais os exportadores capixabas estão se preparando, o presidente do CCCV citou a reforma tributária como um ponto crítico, destacando que as mudanças propostas vão demandar uma maior sinergia entre as instituições do café com o objetivo de defender a redução da carga tributária, garantindo a competitividade brasileira no mercado internacional e a simplificação na forma de recolhimento dos tributos, mitigando a possibilidade de fraudes, como já ocorreu no passado com a vigência de regras muito complexas.

Outro desafio é o da logística de exportação que, segundo Tristão, vai exigir ousadia e empreendedorismo dos exportadores, já que o incremento na produção de café conilon será absorvido principalmente pela exportação, o que requer, em paralelo, a melhoria urgente das estruturas e capacidade das rodovias e portos do Estado. Como oportunidades, os exportadores de café aguardam para maio de 2024 o início das operações do Contrato Futuro de Café Conilon pela B3, mecanismo que deve dar mais liquidez e maior volume de negócios para os cafés conilon/robusta.