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Cooperativismo

Mulheres do Cacau lançam café próprio em Colatina

por Rosimeri Ronquetti

em 01/08/2025 às 5h02

4 min de leitura

Mulheres do Cacau lançam café próprio em Colatina

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As associadas do coletivo Mulheres do Cacau, núcleo de Colatina, começam a escrever uma nova história na produção agrícola de suas propriedades. Agora, além do cultivo de cacau, elas decidiram produzir seu próprio café. O produto, batizado de Filhas da Terra, foi lançado no início de julho, durante a Feira dos Municípios, em Vitória.

A ideia surgiu em 2023, após uma visita do grupo à Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul). Foi durante essa visita que a produtora Edinélia Strasmann Ferreira, do Sítio Semear, conheceu esse nicho de mercado e se encantou com as possibilidades.

Edinélia levou a proposta à presidente da associação, Fabiani Salomão Reinholz Macedo, com a seguinte provocação: “Todas as associadas têm produção de café. Por que não entrar nesse universo?” A sugestão foi levada para discussão nas reuniões do grupo e o projeto logo ganhou forma.

O novo produto recebeu um rótulo personalizado com elementos que representam Colatina, conhecida como Princesinha do Norte, como o pôr do sol na Ponte Florentino Ávidos e o Cristo Redentor — dois símbolos do município. No verso da embalagem, cada cafeicultora compartilha sua própria história.

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O grupo é formado por 17 produtoras da agricultura familiar, que atuam no cultivo de cacau, café, pimenta, frutas e verduras. Dessas, 10 mulheres, todas da comunidade de São João Pequeno, no interior do município, participam diretamente do projeto Filhas da Terra.

Filhas da Terra

Foto: arquivo pessoal

Entre elas, cinco já tiveram seus cafés avaliados no laboratório de classificação de cafés especiais do Incaper. Além de Edinélia e Fabiani, também se destacam as produtoras Vanderleia Kepp de Menezes, Bruna Salomão Reinholz Hanerth e Anita da Penha Seidel, com lotes de café Conilon que alcançaram 83 pontos.

A presidente da associação afirma que, por enquanto, cada produtora trabalha com seu próprio café, mas o objetivo é lançar, futuramente, um blend coletivo com grãos de todas as mulheres do grupo.

“O objetivo é agregar valor aos nossos produtos, colocar as mulheres no protagonismo, mostrar que mulher não ajuda, ela trabalha e tem o mesmo valor que o homem. Unidas, nos capacitamos, melhoramos os processos e buscamos melhorar a vida das nossas famílias. Também queremos depender cada vez menos dos atravessadores para vender nossos produtos”, explica Fabiani.

Para dar mais segurança ao projeto, o grupo buscou apoio técnico de Rodrigo Fernandes, responsável pela Unidade de Referência de Cafés Especiais de Alto Rio Novo. Após aprender mais sobre cafés especiais e participar de um curso de pós-colheita, os primeiros resultados apareceram: os cafés de Fabiani e Edinélia atingiram 83 pontos.

No dia 22 de julho, novos avanços. Entre 14 amostras analisadas, foram identificados cafés com pontuações de 83, 84 e até 85 pontos.

“É um trabalho da agricultura familiar feito para empoderar mulheres que já produzem um excelente chocolate e agora também estão fazendo um bom café, com foco crescente na sustentabilidade”, comenta Rodrigo.

Fabiani também fez questão de explicar a origem do nome da associação. Segundo ela, o grupo foi batizado como Mulheres do Cacau por conta de um projeto desenvolvido pelo Incaper voltado à cultura do cacau, que uniu as agricultoras. No entanto, trata-se de uma associação da agricultura familiar, com atuação diversificada.

Hoje, o coletivo Mulheres do Cacau conta com mais de 60 associadas, distribuídas entre os municípios de Colatina, Linhares, Rio Bananal e Santa Teresa.

 

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