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Cooperativismo

ESG: cooperativas capixabas investem em projetos de preservação do meio ambiente

por Assessoria de Comunicação OCB/ES

em 27/10/2022 às 18h24

6 min de leitura

ESG: cooperativas capixabas investem em projetos de preservação do meio ambiente

Foto: Pixabay

As cooperativas são negócios que equilibram interesses econômicos e sociais. O motivo é que o modelo de negócio cooperativista possui princípios que, entre outras coisas, prezam pelo ganho coletivo, gestão democrática, educação e informação e bem-estar das pessoas e das comunidades. Esses são princípios alinhados a um conceito que têm ganhado espaço no mundo todo: o ESG.

Em inglês, a sigla deriva da expressão Environmental, Social and Governance e faz referência a um conjunto de boas práticas ambientais, sociais e de governança aplicados a negócios e instituições. O termo surgiu em 2004, quando apareceu pela primeira vez em um relatório do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular empresas a adotarem condutas íntegras de trabalho, direitos humanos, meio ambiente e de combate à corrupção.

O relatório foi elaborado em parceria com o Banco Mundial e é fruto de uma provocação do então secretário geral da ONU, Kofi Annan, para 50 lideranças de grandes instituições financeiras sobre como conciliar diretrizes desses três pilares no mercado de capitais.

Hoje, mais do que um conceito, o ESG é uma realidade, com exemplos concretos no Brasil e mundo afora, e muitos deles nasceram dentro do cooperativismo. Mas não precisamos ir tão longe para conhecer casos de sucesso. No Espírito cooperativas têm implementado iniciativas que promovem o zelo pelo meio ambiente, as comunidades e a governança. A seguir, confira um compilado de histórias sobre boas práticas ambientais extraídas do Anuário do Cooperativismo Capixaba 2022.

PRESERVAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

O ESG nasceu com o apoio de instituições financeiras, e no cooperativismo de crédito essa convergência com o conceito tem sido uma tendência. O Sicoob ES, em parceria com o Sistema OCB/ES e as cooperativas Coocafé, Cooabriel, Coopeavi, Unimed, além da empresa Fortlev, desenvolve o Projeto Água Limpa + Saúde.

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Trata-se de um projeto de intercooperação – quando duas ou mais cooperativas se unem para alcançar objetivos comuns – que incentiva o tratamento de esgoto doméstico nas propriedades rurais do Espírito Santo para evitar a contaminação de rios e mananciais. A iniciativa permite que produtores associados às cooperativas adquiram biodigestores com preços e condições exclusivas, por meio da linha Sicoob Ecoar, barateando e facilitando o acesso de famílias de agricultores ao saneamento básico.

A preservação dos recursos hídricos também foi uma preocupação da Cooperativa dos Caminhoneiros de São Gabriel da Palha (Coopcam), que em 2015 criou uma represa em sua nova sede para servir de fonte de água própria e área de lazer dos cooperados. A água é captada por uma barragem aliada à preservação de nascentes e uso de dispositivos para a coleta de água das chuvas.

O projeto da Coopcam não gerou benefícios apenas para os seus cooperados, pois em 2016 a represa garantiu fornecimento de água para uma parcela da população gabrielense em um período de seca. Hoje o local também é foco de ações de educação ambiental para estudantes de escolas do município.

ENERGIA SOLAR

Cooperativa de Plataforma Ciclos, criada em 2018 pelo Sicoob ES para oferecer serviços inovadores de telefonia, energia e saúde, apostou na energia fotovoltaica. Em 2021, as usinas de geração da cooperativa evitaram a emissão de mais 179 mil quilos de gás carbônico.

No mesmo ano, a energia gerada atendeu a todas as agências do Sicoob no Espírito Santo e outras 78 instalações de associados. Com mais de 15 mil cooperados, a Ciclos já expandiu a sua atuação para os estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, por meio de uma parceria com o Sicoob Credisul.

O Conselho de Administração da cooperativa está estruturando um novo modelo de geração de energia para os associados, chamado Prosumidor. Parte das usinas da Ciclos serão ofertadas por meio de um investimento em fundo específico. Os cooperados terão direito a receber créditos de energia equivalentes à sua participação no fundo.

Outras cooperativas capixabas que fazem uso de energia fotovoltaica são a Coopeavi – em parceria com a Ciclos, a Cooabriel, a CEL, a Coopeducar e a Coopesma, sendo as duas primeiras agropecuárias e as três últimas do segmento educacional.

 

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL E CERTIFICADA

A Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Espírito Santo (Cafesul), muito conhecida pelos seus cafés especiais e projeto que levam o nome Póde Mulheres, investiu em uma certificação para se diferenciar na cafeicultura, o Fairtrade. Desde 2008 a cooperativa adota exigências ambientais, trabalhistas, sociais e de governança para ter seus produtos certificados. Hoje todos os seus cooperados produzem em conformidade com o Fairtrade, sendo 90% do quadro formado por pequenos produtores.

No que tange ao ambiente, funciona assim: os cooperados da Cafesul devem cumprir um conjunto de exigências ambientais, como limitar o uso de agrotóxicos, proteger recursos hídricos e adotar medidas para conservar a saúde do solo. Esses métodos preservam o meio ambiente nas propriedades e agregam maior valor ao café produzido. Além disso, certificação gera um prêmio social para a Cafesul, pago por saca de café vendido com o selo Fairtrade. O prêmio é revertido em novos investimentos na cooperativa e em ações ambientais.

MUDANÇA DE SEDE DE COOPERATIVA BENEFICIA COMUNIDADE

Criada em 1963, a Cooperativa Agrária Mista de Castelo (Cacal) trabalha com laticínios e possui uma fábrica de rações e sais minerais para nutrição animal. No início a sua sede era rodeada por uma área rural, mas a vizinhança cresceu e o local se urbanizou, formando o bairro São Miguel. À medida que a Cacal cresceu, a população e o meio ambiente começaram a sentir alguns efeitos em decorrência da localização da sede da cooperativa.

Atenta a essa situação, a Cacal começou a construir um novo complexo agroindustrial em 2020, o que melhorou as condições ambientais e de bem-estar da população de São Miguel. Foram investidos R$ 12 milhões na construção da nova estrutura. As obras terminaram no primeiro trimestre deste ano. O empreendimento está localizado no bairro Aracuí, às margens da Rodovia Fued Nemer, em uma área de 5,2 mil metros quadrados.

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