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Cafés especiais

Jovem busca desenvolvimento comunitário com cafés de qualidade

por Leandro Fidelis

em 23/01/2020 às 12h29

3 min de leitura

Jovem busca desenvolvimento comunitário com cafés de qualidade

*Foto: Leandro Fidelis

Um horizonte de oportunidades com a obtenção do selo de Denominação de Origem para os Cafés do Caparaó se abre para o cafeicultor Rafael Muniz Valani, de apenas 18 anos. Na comunidade de Alto Amorim, na zona rural de Muniz Freire, ele e a família são os únicos a produzirem cafés especiais.

Tudo começou há apenas dois anos com ele, que é o caçula de três filhos do casal José Louir Valani (53) e Emília Muniz (55). Com pouca informação, a família resolveu jogar à prova as primeiras amostras de café produzidos conforme os critérios da qualidade. O resultado foi a conquista dos campeonatos municipais de 2017 e 2018.

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Mas foi após concluir os estudos na Escola Família Agrícola de Castelo, em 2018, que o jovem Rafael se interessou mais por esse tipo de produção.

Rafael com a mãe, Emília. (*Foto: Divulgação)

“As vitórias nos concursos me motivaram muito. Eu já estava no terceiro ano e tinha que fazer um projeto de colheita e pós-colheita. Conheci os métodos certos de higiene da propriedade e da lavoura, da colheita seletiva e fui colocando a teoria em prática”, diz.

Os Valani cultivam 6 hectares com café arábica, a cerca de 900m de altitude, com média de produção de 60 a 70 sacas por hectare. Segundo Rafael, a média é de 40 sacas de grãos especiais. A família conta com despolpador e estufa e pretende investir em terreiros suspensos este ano.

O apoio da prefeitura local, do Sebrae e da Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Caparaó (Apec) foi fundamental nos primeiros anos de experiência. A família também é associada à Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) e Associação dos Produtores de Café de Qualidade de Muniz Freire (Munizcaf).

Ouça parte da entrevista com Rafael Valani

Durante a SIC, Rafael trouxe amostras para o estande do Espírito Santo e acessou donos de cafeterias, com objetivo de ampliar o leque de mercado para os cafés com notas sensoriais sempre acima de 87 pontos. Só para se ter ideia, uma saca já foi vendida a R$ 1.400,00.

“Tudo vai começar de verdade a partir da SIC”, aposta o cafeicultor.

Para o jovem, a comunidade onde vive ainda não se despertou para o mercado de cafés especiais. “Acredito que vai demorar ainda dez anos para começar. É um trabalho difícil, não é qualquer um que encara, mas quando abrirem o olho será bom para desenvolver Alto Amorim”.

 

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