ORIGEM: CAPARAÓ

Jovem busca desenvolvimento comunitário com cafés de qualidade

*Foto: Leandro Fidelis

Um horizonte de oportunidades com a obtenção do selo de Denominação de Origem para os Cafés do Caparaó se abre para o cafeicultor Rafael Muniz Valani, de apenas 18 anos. Na comunidade de Alto Amorim, na zona rural de Muniz Freire, ele e a família são os únicos a produzirem cafés especiais.

Tudo começou há apenas dois anos com ele, que é o caçula de três filhos do casal José Louir Valani (53) e Emília Muniz (55). Com pouca informação, a família resolveu jogar à prova as primeiras amostras de café produzidos conforme os critérios da qualidade. O resultado foi a conquista dos campeonatos municipais de 2017 e 2018.

Mas foi após concluir os estudos na Escola Família Agrícola de Castelo, em 2018, que o jovem Rafael se interessou mais por esse tipo de produção.

Rafael com a mãe, Emília. (*Foto: Divulgação)

“As vitórias nos concursos me motivaram muito. Eu já estava no terceiro ano e tinha que fazer um projeto de colheita e pós-colheita. Conheci os métodos certos de higiene da propriedade e da lavoura, da colheita seletiva e fui colocando a teoria em prática”, diz.

Os Valani cultivam 6 hectares com café arábica, a cerca de 900m de altitude, com média de produção de 60 a 70 sacas por hectare. Segundo Rafael, a média é de 40 sacas de grãos especiais. A família conta com despolpador e estufa e pretende investir em terreiros suspensos este ano.

O apoio da prefeitura local, do Sebrae e da Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Caparaó (Apec) foi fundamental nos primeiros anos de experiência. A família também é associada à Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) e Associação dos Produtores de Café de Qualidade de Muniz Freire (Munizcaf).

Ouça parte da entrevista com Rafael Valani

Durante a SIC, Rafael trouxe amostras para o estande do Espírito Santo e acessou donos de cafeterias, com objetivo de ampliar o leque de mercado para os cafés com notas sensoriais sempre acima de 87 pontos. Só para se ter ideia, uma saca já foi vendida a R$ 1.400,00.

“Tudo vai começar de verdade a partir da SIC”, aposta o cafeicultor.

Para o jovem, a comunidade onde vive ainda não se despertou para o mercado de cafés especiais. “Acredito que vai demorar ainda dez anos para começar. É um trabalho difícil, não é qualquer um que encara, mas quando abrirem o olho será bom para desenvolver Alto Amorim”.

 

Sobre o autor Leandro Fidelis Formado em Comunicação Social desde 2004, Leandro Fidelis é um jornalista com forte especialização no agronegócio, no cooperativismo e na cobertura aprofundada do interior capixaba. Sua trajetória é marcada pela excelência e reconhecimento, acumulando mais de 25 prêmios de jornalismo, incluindo a conquista inédita do IFAJ Star Prize 2025 para um jornalista agro brasileiro. Com experiência versátil, ele construiu sua carreira atuando em diferentes plataformas, como redações tradicionais, rádio, além de desempenhar funções estratégicas em assessoria de imprensa e projetos de comunicação pública e institucional. Ver mais conteúdos