Café com DNA: gêmeas se dedicam a promover os cafés especiais
por Rosimeri Ronquetti
em 01/12/2023 às 8h56
3 min de leitura
Elas têm o mesmo sobrenome, idade e profissão e a mesma dedicação aos cafés especiais. Quarta geração de produtores de café, as gêmeas Jéssika e Jeziane Garcia Apostólico (30) são tecnólogas em cafeicultura e atuam lado a lado no laboratório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), em Bom Jesus do Itabapoana (RJ).
Entretanto, até chegar aonde estão hoje, trabalharam com os pais na lavoura de café da família em Celina, interior de Alegre, onde nasceram. Jessika e Jeziane também estagiaram e trabalharam no laboratório da Empresa Júnior de Cafeicultura, a Caparaó Jr., no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Campus Alegre, onde cursaram Tecnologia em Cafeicultura.
“São excelentes profissionais, muito dedicadas. Foram referência para demais membros da Caparaó Jr. O trabalho de conclusão de curso (TCC) delas também foi uma louvável contribuição para a Empresa Júnior. Fizeram um mapeamento de concursos de qualidade de café e resultados de capixabas premiados. Temos muito orgulho de ter ajudado na formação das duas”, disse o coordenador do Laboratório de Classificação e Degustação de Café Ifes Campus Alegre, João Batista Pavesi Simão.
Em 2016, Jeziane foi uma das cinco primeiras Q-Graders, certificação internacional para prova de cafés, da equipe de provadores da Caparaó Jr. No mesmo caminho da irmã, Jessika está concluindo a certificação.
“Essa área dos cafés especiais é gigante e cada nova descoberta é uma alegria. Ver os produtores rurais e os amantes do café crescendo nessa profissão, querendo buscar cada vez mais e, principalmente, transformando vidas, é o que motiva a continuar e querer sempre mais informações nessa área. Sem falar na diversão que é trabalhar com cafés especiais”, explica Jessika.
Para Jeziane, a motivação para atuar na área é a certeza que está ajudando na melhoria da qualidade de vida do produtor e da sua família. “Não é simplesmente ajudar a melhorar a qualidade da bebida. Estou ajudando o produtor a melhorar sua qualidade de vida, suas finanças, a sustentabilidade da propriedade e, principalmente, a saúde, porque melhorando a qualidade do café a gente melhora também aquele que o consome. É saber que a minha atuação nessa área está melhorando a vida das pessoas”.
Trabalhando com cafeicultura há anos e lidando diretamente com os cafeicultores, as irmãs percebem o crescimento pela busca dos cafés de qualidade. “Observamos uma crescente procura por cafés especiais e o interesse do setor produtivo em aumentar sua participação nesse mercado. Essa busca é um ponto positivo tanto para os produtores quanto para os municípios. Estamos vendo também o aumento do interesse dos produtores de cafés de qualidade de participar dos concursos, a busca pelo retorno financeiro, seja pelas premiações ou seja por conseguir vender a saca de café por um valor mais satisfatório. Isso anima o produtor e a família a querer melhoria da qualidade desses cafés. Esse é o nosso trabalho, incentivar o produtor, mostrar o que ele perde deixando de produzir um café especial. Tentamos mostrar não só o valor da saca de café, mas também a questão ambiental, sustentável, de poder sustentar a família no campo”, conclui Jeziane.
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