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Substituição de áreas de pasto e eucalipto por arábica colocam Iúna no topo do ranking estadual

por Rosimeri Ronquetti

em 28/03/2024 às 0h02

4 min de leitura

Substituição de áreas de pasto e eucalipto por arábica colocam Iúna no topo do ranking estadual

Foto: divulgação

Matéria publicada originalmente 15/03/2022

Capital do Caparaó” e por que não do café arábica capixaba? Com uma economia baseada na agricultura, Iúna, na região Sul, ostenta desde 2019 o título de maior produtor de arábica do Espírito Santo. É o que apontam os dados referentes ao ano de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município é também o nono produtor da espécie cafeeira do Brasil.

Em 2018, Iúna ocupava o posto de segundo maior produtor, com 10,83% da produção do Estado, atrás apenas de Brejetuba, com 13,27%. No ano seguinte, alcançou o primeiríssimo lugar, com 11,04% da produção, e em 2020 manteve a colocação com 13,57% de todo café produzido no Estado.

Secretário de Agricultura de Iúna, João Marcos Gava. Foto: divulgação

Além de todos os investimentos em tecnologia, renovação de lavouras e plantio de novas variedades nos últimos anos, o secretário de Agricultura de Iúna, João Marcos Gava, aponta a substituição de áreas de pastagens e de eucalipto por cafezais como principal razão para o crescimento da produtividade.

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“Iúna se tornar o maior produtor de café arábica do Estado é realidade devido ao uso de tecnologias por parte dos produtores, como a implantação de lavouras novas e modernas, renovação desse cafeeiro e introdução de novas variedades mais produtivas. Porém, nos últimos anos, cerca de 20% das áreas de eucalipto e pastagem do município foram substituídas por lavouras de café”, destaca.

Neomar Vimercati, da localidade de Santa Clara, no Córrego Pedregulho, distante 34 km do centro, é um dos produtores iúnenses que acabou com toda área de pastagem e eucalipto (cerca de 40% de toda área produtiva da propriedade) e plantou café. Sem mão de obra para tocar toda a lavoura, Vimercarti preparou o terreno, fez estradas e arrendou a área onde antes havia eucalipto e pasto para cultivo de arábica.

Neomar Vimercati iniciou a troca do pasto e do eucalipto por café há três anos. Foto: divulgação

O cafeicultor conta que começou a fazer a troca há três anos, mas desde 2015, quando o arábica começou a subir de preço, a migração começou e não parou mais. “A partir daquele ano, quando o café deu uma arrancada no preço, os produtores começaram a migrar, tirar o eucalipto e o pasto e plantar café. Esse movimento não parou mais. Hoje, 100% do terreno é café, cerca de 70 mil pés”.

O principal motivo para a mudança, segundo o cafeicultor, é a baixa rentabilidade tanto do eucalipto quanto da pecuária na região. Ele conta que, com o gado, o retorno anual não chegava a R$ 5 mil, enquanto com o café, a receita foi de R$ 18 mil em 2021. “Não compensa insistir com o gado”, afirma.

Márcio José Gomes, da Fazenda Pai Herói, no Córrego bom Sucesso, é outro que apostou na substituição das áreas de pastagens e eucalipto pela cafeicultura. Onde antes era eucalipto (cerca de 7 hectares) hoje tem café. E na área de pastagem, de 20 ha, ele está plantando aos poucos. “O eucalipto não é viável na nossa região. O valor pago não compensa. Bagunça a propriedade e prejudica a lavoura, se estiver próximo. O leite não dá prejuízo, mas também não é rentável. Então, o café é a melhor opção, o retorno é muito melhor. Aos poucos vou plantar em toda propriedade”, explica.

Márcio José Gomes está aos poucos tirando o pasto e o eucalipto e plantando café. Foto: divulgação

O município tem atualmente uma área aproximada de 15 mil hectares de café. Mais de 90% das propriedades são de pequenos produtores familiares.

 

Café de qualidade

 Iúna também é destaque na qualidade do café produzido. Em 2018, o município teve grão eleito como segundo melhor café do Brasil, a oitava melhor colocação, em 2019, e terceiro melhor colocado em 2020 na Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte. Para incentivar os produtores, anualmente a prefeitura realiza o Concurso de Qualidade de Café Arábica, que está em sua 8ª edição, e oferece, em parceria com Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/ES) treinamentos para cafeicultores, incluindo de classificação e degustação de café. A capacitação acontece em sala de prova própria, com profissional capacitado.

 

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