Projeto do Ifes Itapina prevê apoio aos produtores do plantio à xicara

Lançado em 2018, o Programa de Cafeicultura do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) Campus Itapina, em Colatina, colhe os primeiros frutos. Como parte do programa, há dois anos foi plantada uma lavoura de conilon com 3.500 plantas, de oito clones diferentes.

O plantio chega a sua primeira colheita e os resultados são promissores. É o que explica Cristiani Martins Busato, engenheira agrônoma e coordenadora do Programa de Qualidade do Café Conilon do campus.

“Nossa expectativa é muito boa apesar de ser a primeira colheita. Usamos os clones mais produtivos, trocamos ideia com produtores que já os tinham plantados e estavam acostumados com esses clones no campo e, principalmente, aqueles com mais tendência de dar um café de melhor qualidade, com mais expressão na bebida. Ainda não calculamos a quantidade por hectares porque ainda não terminamos a colheita, mas, visualmente, superou as expectativas”, afirma Cristiani.

Implantada para ser uma vitrine tecnológica, a lavoura é acompanhada de perto e recebe tratos culturais diferenciados. A expectativa é que o plantio seja aberto para visitação dos cafeicultores da região, para que conheçam o desenvolvimento dos clones.

Ainda como parte do Programa, também estão sendo implantados dois galpões para beneficiamento dos grãos. O objetivo é transformar parte da produção da lavoura do projeto em um café próprio do Ifes de Itapina.

“Está sendo construída uma estrutura de beneficiamento e um galpão já está equipado com secador e máquina de pilar café. Nosso objetivo é criar, aqui mesmo, um café 100% nosso”, declara Cristiani.

Outra função do setor é receber produtores rurais para Dias de Campo, oferecer cursos de capacitação, além de orientação técnica no pré e pós-colheita do café. “Nossa intenção é oferecer assistência do plantio à xícara”.

Casa do Café

Espaço criado para formação de alunos e produtores rurais da comunidade, a Casa do Café também é parte do Programa de Qualidade do Café Conilon do Campus. Inaugurado este ano, o espaço já ofereceu cursos de classificação e degustação de café para cerca de 30 participantes.

O local está equipado com torrador e moedor e possui salas de classificação,  degustação e de torra. Além das capacitações oferecidas, segundo Cristiani, a intenção é fazer do local um espaço gratuito de apoio aos produtores que desejam beneficiar o café.

“Futuramente, o produtor vai poder levar sua amostra de café para ser classificado e degustado na Casa do Café. A partir desse trabalho, vamos dizer para ele qual a pontuação do seu café e orientá-lo quanto às melhorias a serem  feitas”.

As vagas oferecidas para os cursos no local serão sempre abertas em maior número para produtores rurais.