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Cafeicultura

CDPC e orgãos internacionais alinham estratégias para café do Brasil

A pauta proposta pela OIC para o 138º Conselho Internacional do Café (ICC) foi um dos temas abordados

por Assessoria de Comunicação OCB/ES

em 31/07/2024 às 5h00

4 min de leitura

CDPC e orgãos internacionais alinham estratégias para café do Brasil

Imagem: CNC

O Conselho Nacional do Café (CNC) encerrou o mês de julho com significativos avanços no alinhamento entre as entidades do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) e representações internacionais, como a Rebraslon (Representação Permanente do Brasil junto aos Organismos Internacionais em Londres) e a Organização Internacional do Café (OIC), em um mês marcado por intensas e diversas reuniões.

Foram realizados quatro encontros com a presença do grupo de trabalho do CDPC, membros da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (SPA/MAPA), incluindo o secretário Guilherme Campos, e integrantes do Departamento do Café (Decafé/MAPA). Participaram também o embaixador José Augusto Silveira de Andrade Filho e o Conselheiro Antônio Carlos de Souza Leão Galvão França pela Rebraslon, além da Diretora Executiva da OIC, Vanusia Nogueira.

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Os encontros contaram com a participação de diretores e presidentes de cooperativas de produção e crédito, além de entidades e associações do setor cafeeiro. Entre os principais temas discutidos, destacou-se a pauta proposta pela OIC para o 138º Conselho Internacional do Café (ICC) e eventos relacionados. O Brasil sugeriu a ampliação da pauta, incluindo questões de interesse da cafeicultura brasileira e mundial, na implantação do Acordo Internacional do Café (AIC) 2022.

“O momento é preocupante, pois entrará em vigor em 31 de dezembro de 2024 a nova legislação aprovada pelo Parlamento Europeu, com seu respectivo regulamento (EUDR), que ainda não trouxe clareza sobre a verificação da sustentabilidade e rastreabilidade dos cafés produzidos nos países exportadores”, explicou Silas Brasileiro, presidente do CNC. A preocupação com as estatísticas de produção e consumo mundial de café, que servem de parâmetro para ações em países produtores e importadores, também foi ressaltada.

Da esquerda para a direita, Marcos Matos (Cecafé), Silas Brasileiro (CNC), Guilherme Campos (SPA/MAPA), José Maria dos Anjos (Decom/MAPA), Márcio Cândido (Cecafé), Silvio Farnese (Diretor de Análise Econômica e Políticas Públicas da SPA), Janaína Macedo Freitas (Coordenadora Geral do Café) e Almir Cezar de Carvalho Baptista Filho (Chefe da Divisão de Orçamentos do Funcafé). Foto: CNC.

Outro ponto discutido foi a proposta de criação de um Fundo público-privado de Sustentabilidade e Resiliência da cadeia de valor do café. “Entendemos que o programa para apoio aos produtores dos países centrais e para outros supridores, como a África, sem a inclusão do Brasil, não é justo”, destacou Silas Brasileiro. Ele alertou que o fundo pode ser uma ameaça para o Brasil e enfatizou a necessidade de avaliações que prevejam benefícios para o país, pois o bolsão de pobreza nas favelas do Brasil se assemelha ao mesmo desafio de outros produtores de café no mundo.

A discussão sobre a Diversificação de Origem, focada em aumentar a oferta de café e não na qualidade, impactará diretamente no preço e na renda do produtor, pois gerará desequilíbrio entre oferta e demanda, com reflexos no preço pago ao produtor, foi outro tema importante. Sobre a Junta de Membros Afiliados (JAMA) da OIC – sem limitar o número de participantes – traz preocupações para o Brasil, de que ela se torne um espaço exclusivo para ONGs, tratando de temas ideológicos que não interessam ao país.

Secretário Guilherme Campos (ao meio), Silas Brasileiro (à esquerda) e José Maria dos Anjos (à direita). Foto: CNC.

Uma conquista significativa foi obtida pela diretoria da OIC, Dra. Vanusia, ao conseguir retirar a menção do café como produto com grande potencial de desmatamento em documento do G7, considerada uma vitória diplomática para o setor.

As videoconferências realizadas discutiram interesses comuns tanto da representação diplomática quanto da OIC, considerando o alinhamento como fundamental para o Brasil, maior produtor mundial de café, especialmente com a aproximação da reunião do 138º Conselho Internacional do Café (ICC) e as reuniões paralelas, que ocorrerão de 4 a 13 de setembro de 2024. A delegação brasileira terá participação ativa no encontro, que contará com uma extensa pauta como o G7 e o encontro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

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