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Agroinfluenciadores

Veja a entrevista com Kassiane Thayná, que entrou na lista da Forbes

por Fernanda Zandonadi

em 16/10/2025 às 17h28

4 min de leitura

Veja a entrevista com Kassiane Thayná, que entrou na lista da Forbes

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A mineira Kassiane Thayná, produtora de café em Patrocínio de Caratinga (MG), transformou a rotina na lavoura em conteúdo — e conteúdo em futuro. Em entrevista ao podcast da Conexão Safra, no início deste ano, ela narra como a câmera do celular, amarrada num pedaço de pau “lá em riba” do morro, virou uma ferramenta de trabalho tão importante quanto a enxada.

“Meu objetivo sempre foi mostrar a realidade do trabalhador do campo. Comecei para encorajar outras mulheres e descobri que não era só eu que fazia aquele serviço pesado”, disse.

O reconhecimento ultrapassou as fronteiras do agro e chegou ao radar nacional: Kassiane foi incluída na Lista Forbes “Mulheres da Geração Z Que Estão Mudando o Agro” — recorte que destaca talentos femininos nascidas do início dos anos 1990 até a virada de 2010/2012, portanto majoritariamente mulheres na faixa dos 30 anos.

Hoje, Kassiane divide o dia entre a lida na roça e a produção de conteúdo. Mas não para por aí. Ela tem uma marca de café própria, lançou o livro A Menina da Roça que Quebrou a Internet e se dedica a dar palestras. Ou seja, com tanto trabalho, dorme três a quatro horas por noite. “A produção é intensa”, admite.

Veja a entrevista completa:

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O início de tudo

Na entrevista à Conexão Safra, Kassiane conta que o primeiro público a se reconhecer nos vídeos foi composto por pessoas do campo. Depois vieram crianças, mulheres, gente da cidade.

No início, os pais estranharam. “Achavam que eu tinha enlouquecido, falando sozinha no meio da roça. Em 2023, perceberam que a internet também traz retorno financeiro e informação”.

A autenticidade virou marca — e virou viral. Um tombo na “pirambeira”, um encontro com a “dona cobra” convidada para “um gole de café”, e expressões que compõem o “dicionário da Kassiane” (“cai por terra”, “feição fraca”, “chicosa”).

Por trás do humor, um retrato do trabalho duro em áreas declivosas, da capina ao desbrotamento, passando pela adubação e pelo controle de pragas. “O preço do café justo é reconhecimento de dias de luta. Tem produtor que vira a noite no secador”, afirma.

Nem tudo, porém, é riso. A exposição trouxe haters e invasões de privacidade. “Ainda tenho dificuldade, especialmente com comentários sobre minha visão monocular. Procurei acompanhamento psicológico para lidar melhor.” A fé aparece como eixo de equilíbrio: “Eu oro, peço força a Deus e foco nos pensamentos positivos.”

Empreendedora, Kassiane usa toda a produção da família na própria marca, Café Kassiane Thayná, com versões tradicional e gourmet, e se prepara para uma nova frente: as palestras.

“Quero ser uma palestrante memorável. Minha história como mulher negra, cafeicultora e pessoa com deficiência mostra que é possível vencer.”

No horizonte, faculdade de Agronomia e viagens — quem sabe palestrar nos Estados Unidos. “Nada é impossível quando a gente acorda e dorme com o sonho.”

A relação com o Espírito Santo, onde participou de eventos do setor, virou afeto. “Sou muito bem recebida. O café capixaba é bom demais.” Entre uma gravação e outra, a vida simples segue com os sobrinhos e o grupo de motociclistas da montanha. Gestão financeira? Está em curso, com apoio profissional e aprendizado prático. “Aprendi a separar as contas do digital e da roça. Quero comprar terra, plantar mais café.”

Na mensagem final aos ouvintes, Kassiane é direta.

“Não importa de onde você veio. Coloque seus sonhos em ação, todos os dias. Vai aparecer gente para te fazer desistir. Não desista. Trabalhe em cima do que você acredita. Se eu consegui, você também consegue.”

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