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A produção de uvas no Estado do Rio de Janeiro atende a duas demandas: as uvas para consumo in natura ou em forma de sucos, e as uvas voltadas para a produção de vinhos – o Estado é o segundo maior consumidor da bebida no país. No primeiro caso, a produção se concentra nos municípios de Bom Jesus de Itabapoana, que responde por 33,51% da produção, Cardoso Moreira (29,32%), São José de Ubá (18,32%), São Fidélis (8,38%) e Cambuci. Já a produção destinada à viticultura fica em Petrópolis, Paraíba do Sul, São José do Vale do Rio Preto, Areal e Nova Friburgo. Em todo o Estado, foram 20 hectares de área colhida em 2020, o que entregava ao mercado 191 toneladas da fruta de mesa e destinada aos vinhos.
De acordo com Geiza Rocha, diretora do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Rio, vinculado à Assembleia Legislativa do Estado, atualmente são 22 propriedades cultivando uvas viníferas e colhendo mais de 70 mil toneladas da fruta ao ano. São 34 hectares plantados de uvas especialmente das variedades syrah, cabernet franc e sauvignon blanc, um crescente que vem desde 2016, quando eram apenas sete hectares de parreirais.
“Temos duas vinícolas em funcionamento e uma delas beneficia a uva para outros produtores. Por termos levantado esse tema na câmara setorial, percebemos que existe uma região que as pessoas investem na cultura com o foco de produzir vinho fino”, explica a diretora.
A produção de vinhos vai além das adegas ou prateleiras dos mercados. É um atrativo aos visitantes que buscam as experiências do turismo rural. “Antes da pandemia já se abria a visitas. E agora o setor está retomando. São turistas que farão esse roteiro na Região Serrana e consumirão o que se produz nesses locais. Com a proximidade do mercado do Rio, há ainda um potencial de alto consumo. É algo até que estamos debatendo, como planejar roteiros que integrem essas regiões”, ressalta.
É um caminho promissor, destaca Geiza. “Como o pessoal da Embrapa falou, há muitos produtores produzindo com essa perspectiva de um consumo local e de turistas que visitam as regiões. E sabemos que o investimento em vinícolas é alto, mas não é necessário uma vinícola por propriedade. O agricultor pode ter os vinhedos e enviar para essas vinícolas. Temos de trabalhar esse processo de forma sistêmica, de o proprietário oferecer o vinho, mas também queijos, geleias e outros produtos beneficiados na região ao turista. É integrar um roteiro que eleve a qualidade de produção e, claro, o consumo”.
Influenciador mantém primeiro cultivo comercial do Rio de Janeiro
Em Cardoso Moreira, há 22 anos o agricultor aposentado Antônio Figueira, de 83 anos, largou a carreira como advogado para iniciar a primeira plantação comercial de uva de mesa do Estado. “Sou a prova de que altitude não tem nada a ver com uva”, diz o produtor, que calcula ter influenciado outros três viticultores a investirem na cultura. Viúvo e vivendo sozinho a seis quilômetros do Centro da cidade, o aposentado reduziu o cultivo da variedade niágara e passou a focar em gado de leite. “Com o advento da uva vitória, o mercado ficou restrito. Ficou difícil na minha idade tocar os negócios, mas quero morrer com o pé sujo de terra”.




