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O painel “Engenharia Inteligente e Sustentável: Certificação, Inovação e Cidades do Futuro”, no auditório Caboclo Bernardo, reuniu, nesta quarta-feira (8), lideranças da engenharia e especialistas para debater os caminhos do desenvolvimento de cidades mais conectadas, sustentáveis e inclusivas. O objetivo do painel é discutir e trazer alternativas que possam tornar as edificações mais tecnológicas, contribuindo para o meio ambiente.
A mediação foi feita pela engenheira civil e conselheira federal Ana Adalgisa Dias Paulino. A primeira palestra foi realizada pelo presidente do Crea-PR, eng. Agrônomo Clodomir Ascari, que falou sobre o papel do Conselho como catalisador da sustentabilidade e inovação nas engenharias.
De acordo com o presidente, o papel do Conselho é também criar conexões com os poderes Legislativo e Executivo para que as políticas públicas sejam implementadas com conhecimento técnico adequado.
“Nós precisamos fazer a defesa da sociedade e melhorar a qualidade de vida da sociedade. No Paraná, nós temos 399 municípios que possuem inovação, as pessoas pensam que inovação é algo grande e precisamos desmistificar isso. Às vezes, são ideias simples, como uma coleta de lixo mais eficiente”, disse.
O presidente também citou a participação dos profissionais na política e incentivou o modelo adotado pelos agrônomos no desenvolvimento de tecnologias avançadas.
Qualidade de vida
Em seguida, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do município de Assaí (PR), eng. prod. Igor Oliveira falou sobre olhar mais para dentro das cidades e citou as medidas implementadas no município, que é apontada como a 7° cidade mais inteligente do mundo.
“A gente não faz nada sozinho e precisamos fazer líderes conectores. As pessoas que estão ali não querem uma cidade diferente, elas querem uma cidade melhor, que melhore a sua qualidade de vida”, disse.
O secretário destacou ainda que o futuro das cidades exige novos modelos de ensino e políticas públicas adaptadas ao comportamento das novas gerações. “O jovem de hoje é on demand, não contempla mais o tédio. Se não trouxermos novas formas de aprendizado, vamos continuar perdendo alunos. O extraordinário acontece quando conseguimos juntar diferentes modelos de conhecimento”, afirmou.
De acordo com o secretário, a dificuldade de conseguir se comunicar com as novas gerações são as políticas do século XIX que ainda são utilizadas, além da gestão reativa, que foca no serviço e o resultado, mas não gera impacto.
“A gente vem ensinando os nossos jovens da mesma forma que aprendemos e achamos que eles vão aprender igual a gente, a sala de aula não é mais o centro do conhecimento, hoje o professor compete com a rede social e muitas outras formas de conhecimento. O extraordinário vai acontecer se conseguirmos juntar nossos modelos de conhecimento. Qualquer mudança começa com estímulo, é preciso entender”, finalizou.
O engenheiro implementou ações desenvolvidas pela própria população. Estudantes da escola técnica, por exemplo, foram responsáveis pela iluminação natalina da cidade, e cinco jovens transformaram óleo usado em biodiesel em projeto que ganhou destaque internacional.
Inovação na construção
O último palestrante do painel, o empresário Guido Petinelli, trouxe exemplos práticos de inovação na construção civil. Segundo ele, certificações como o LEED são consequência de projetos que aliam conforto, bem-estar e eficiência. “Não é preciso abrir mão de qualidade de vida para ter sustentabilidade”, afirmou.
Entre os projetos desenvolvidos pela Petinelli, estão o primeiro hospital do Paraná com certificação LEED, que utiliza energia renovável, consome 36% menos água e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando falamos de inovação, não é repetir o que já existe. É preciso se dar a dor de cabeça do que é diferente, porque é aí que nasce a transformação”, destacou.
O painel mostrou que a engenharia é essencial para transformar cidades em espaços mais inteligentes, mas que esse processo depende de liderança, cooperação entre governo e sociedade e coragem para inovar. Para a mediadora Ana Adalgisa, o grande desafio é usar o conhecimento técnico para oferecer soluções reais à população. “Esse é um exemplo de como o Sistema pode desenvolver e solucionar problemas no país, em um cenário onde mais de 22 mil obras estão inacabadas”, concluiu.




