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As associadas do coletivo Mulheres do Cacau, núcleo de Colatina, começam a escrever uma nova história na produção agrícola de suas propriedades. Agora, além do cultivo de cacau, elas decidiram produzir seu próprio café. O produto, batizado de Filhas da Terra, foi lançado no início de julho, durante a Feira dos Municípios, em Vitória.
A ideia surgiu em 2023, após uma visita do grupo à Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul). Foi durante essa visita que a produtora Edinélia Strasmann Ferreira, do Sítio Semear, conheceu esse nicho de mercado e se encantou com as possibilidades.
Edinélia levou a proposta à presidente da associação, Fabiani Salomão Reinholz Macedo, com a seguinte provocação: “Todas as associadas têm produção de café. Por que não entrar nesse universo?” A sugestão foi levada para discussão nas reuniões do grupo e o projeto logo ganhou forma.
O novo produto recebeu um rótulo personalizado com elementos que representam Colatina, conhecida como Princesinha do Norte, como o pôr do sol na Ponte Florentino Ávidos e o Cristo Redentor — dois símbolos do município. No verso da embalagem, cada cafeicultora compartilha sua própria história.
O grupo é formado por 17 produtoras da agricultura familiar, que atuam no cultivo de cacau, café, pimenta, frutas e verduras. Dessas, 10 mulheres, todas da comunidade de São João Pequeno, no interior do município, participam diretamente do projeto Filhas da Terra.

Entre elas, cinco já tiveram seus cafés avaliados no laboratório de classificação de cafés especiais do Incaper. Além de Edinélia e Fabiani, também se destacam as produtoras Vanderleia Kepp de Menezes, Bruna Salomão Reinholz Hanerth e Anita da Penha Seidel, com lotes de café Conilon que alcançaram 83 pontos.
A presidente da associação afirma que, por enquanto, cada produtora trabalha com seu próprio café, mas o objetivo é lançar, futuramente, um blend coletivo com grãos de todas as mulheres do grupo.
“O objetivo é agregar valor aos nossos produtos, colocar as mulheres no protagonismo, mostrar que mulher não ajuda, ela trabalha e tem o mesmo valor que o homem. Unidas, nos capacitamos, melhoramos os processos e buscamos melhorar a vida das nossas famílias. Também queremos depender cada vez menos dos atravessadores para vender nossos produtos”, explica Fabiani.
Para dar mais segurança ao projeto, o grupo buscou apoio técnico de Rodrigo Fernandes, responsável pela Unidade de Referência de Cafés Especiais de Alto Rio Novo. Após aprender mais sobre cafés especiais e participar de um curso de pós-colheita, os primeiros resultados apareceram: os cafés de Fabiani e Edinélia atingiram 83 pontos.
No dia 22 de julho, novos avanços. Entre 14 amostras analisadas, foram identificados cafés com pontuações de 83, 84 e até 85 pontos.
“É um trabalho da agricultura familiar feito para empoderar mulheres que já produzem um excelente chocolate e agora também estão fazendo um bom café, com foco crescente na sustentabilidade”, comenta Rodrigo.
Fabiani também fez questão de explicar a origem do nome da associação. Segundo ela, o grupo foi batizado como Mulheres do Cacau por conta de um projeto desenvolvido pelo Incaper voltado à cultura do cacau, que uniu as agricultoras. No entanto, trata-se de uma associação da agricultura familiar, com atuação diversificada.
Hoje, o coletivo Mulheres do Cacau conta com mais de 60 associadas, distribuídas entre os municípios de Colatina, Linhares, Rio Bananal e Santa Teresa.





