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Incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças segue alta com sinais de formação de platô

por Agência Fiocruz de Notícias

em 17/04/2022 às 16h48

4 min de leitura

Incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças segue alta com sinais de formação de platô

Foto: Pixabay

O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz sinaliza que incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças mantém sinal de ascensão significativa em diversos Estados desde o mês de fevereiro, porém dá sinais de formação de platô. A análise indica, ainda, predomínio de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) na faixa etária 0 a 4 anos; e de rinovírus e Sars-CoV-2 (Covid-19) na faixa de 5 a 11 anos, além de outros vírus respiratórios como o VSR em menor intensidade.

Na população em geral, a curva nacional de SRAG mantém sinal de queda na tendência de longo (últimas seis semanas), porém com sinal de estabilidade na tendência de  curto prazo (últimas três  semanas), consolidando sinal de estabilização em patamar de 2,1 casos semanais por 100 mil habitantes (estimativa de 4,4 [3,8 – 5,1] mil casos na semana 14).

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, observa que os casos de Sars-CoV-2 mantém indícios de queda entre os casos com resultado laboratorial positivo para vírus respiratórios, correspondendo a 41,6% nas últimas  quatro semanas. “Em contrapartida, a contribuição dos casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) segue crescendo, atingindo 36,7% do total de casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para vírus respiratório entre os casos das últimas quatro semanas, ainda que esteja fundamentalmente restrito a crianças pequenas”, informa Gomes.

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Referente à Semana Epidemiológica (SE) 14, que compreende o período de 3 a 9 de abril, o estudo tem como base dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 11 de abril. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,8% Influenza A, 0,0% Influenza B, 7,4% VSR, e 83,4% Covid-19.

Referente ao ano epidemiológico 2022, já foram notificados 112.087 casos de SRAG, sendo 62.453 (55,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 34.535 (30,8%) negativos, e cerca 9.333 (8,3%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,4% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 4,4% VSR, e 86,1% Covid-19.

Estados

O Boletim aponta que nove das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 14: Acre, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Paraná, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Rondônia e Sergipe apontam queda na tendência de longo prazo, enquanto as demais apresentam sinal de estabilidade.

Em todas as localidades que apresentam algum sinal de crescimento, os dados por faixa etária sugerem tratar-se de cenário restrito à população infantil (0 a 11 anos), fator que se mantém desde fevereiro. Na população adulta, os números indicam que o sinal de queda ou estabilidade se mantém. “Apesar de não traduzir sinal de crescimento no dado agregado para a população em geral, o aumento de casos entre crianças também se observa em diversos dos demais estados”, explica Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Apenas três Unidades da Federação apresentam ao menos uma macrorregião de saúde com nível de casos semanais de SRAG considerado muito ou extremamente alto, somando um total de apenas três das 118 macrorregiões de saúde do país.

Capitais

Onze das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 14: Belém (PA), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Macapá (AP), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES). Em Goiânia (GO), observa-se sinal de crescimento somente na tendência de curto prazo (últimas 3 semanas). Assim como destacado para os estados, os dados por faixa etária nas capitais também sugerem se tratar de aumento concentrado fundamentalmente nas crianças e adolescentes (0-9 e 10-19 anos).

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