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A nova fábrica da Selita, em Safra, Cachoeiro de Itapemirim, é um símbolo da força da união do cooperativismo capixaba. A unidade, que foi inaugurada no sábado (2), vai permitir que a empresa dobre sua capacidade de produção e chegue a 850 mil litros por dia. O investimento foi de R$ 130 milhões e as obras começaram em 2017. E a imponência da planta industrial só foi possível por conta da união entre cooperados da indústria de laticínios e da intercooperação.

Quem nunca visitou a fábrica se surpreende com o tamanho, planejamento e grandiosidade do lugar. A estrada de acesso foi toda asfaltada com revsol, um subproduto do beneficiamento do aço e que substitui outros recursos naturais no revestimento de vias. A fábrica fica no cume de uma montanha e possui vários galpões para beneficiamento do leite. No entorno, muitas pastagens que serão, posteriormente, reflorestadas com mata nativa. E dentro da fábrica, equipamentos modernos e robotizados.
A indústria foi pensada para ser sustentável em todos os processos. Além das benesses ao meio ambiente, o planejamento e cuidado vão gerar uma grande economia de custos e, claro, aumentar a produtividade. “É um projeto feito a várias mãos, principalmente com o trabalho no campo. Em dezembro traremos o queijo e, com a redução dos custos, poderemos pagar melhor pelo leite. O primeiro passo é inaugurar a obra e, logo depois, melhorar a assistência técnica do homem no campo”, afirma Leonardo Monteiro, presidente da cooperativa de laticínios.

A inauguração da planta industrial foi uma bela festa da cooperação. Com adoção de todas as medidas sanitárias necessárias em tempos de pandemia, famílias de cooperados aproveitaram o dia para provar os produtos que saíram de suas propriedades e foram beneficiados na cooperativa. O governador Renato Casagrande participou da comemoração e se mostrou empolgado com os caminhos percorridos pelo cooperativismo no Estado.
“Esse ato é uma manifestação de fé da Selita no Sul do Espírito Santo. E nós estamos manifestando nossa confiança e orgulho na cooperativa. São R$ 130 milhões de investimentos no Sul do nosso Estado. E o Sul é uma região que demanda muita necessidade de investimento. Cerca de 85% dos cooperados da Selita são pequenos produtores e, quando se tem uma cooperativa forte, que gera renda, emprego e riqueza aqui no Estado, ela faz com que essa riqueza permaneça em solo capixaba. A produção local tem que ser incentivada permanentemente”, disse Casagrande.
Mais do que cooperar, a palavra de ordem do dia foi intercooperar. Presidentes, diretores e representantes de várias cooperativas do Espírito Santo estiveram presentes na inauguração. Um fato interessante do local onde está a fábrica da Selita é que, no horizonte, é possível ver o novo hospital da Unimed Sul Capixaba. Cooperativa olhando para cooperativa, talvez um prenúncio de que a força dessa forma de empreender esteja na união entre pares.
Selita e Sicoob
E isso se mostra até mesmo na forma em que a fábrica da Selita começou a ganhar seus contornos. O Sicoob Sul, cooperativa de crédito e nome forte do sistema financeiro, abraçou a ideia e é um dos parceiros no empreendimento. “A intercooperação é importantíssima. A ideia é de unirmos as cooperativas do Sul do Espírito Santo em um só negócio. Estamos dispostos a conversar com todas elas para fazermos isso juntos. E, assim, vamos agregar valor aos produtos, o que gera emprego e renda para toda comunidade”, diz Rubens Moreira, presidente do Sicoob Sul.

E é assim, sempre de mãos dadas, que as cooperativas capixabas ganham espaço e se mantêm fortes no mercado. Um outro exemplo dessa intercooperação é a parceria da Selita com a Coopeavi. “As cooperativas têm de, cada vez mais, praticar a intercooperação. Comercializando produtos, prestando serviços entre si. Isso fortalece o cooperativismo, o cooperado e o Estado. Temos feito várias ações nesse sentido. Recentemente estamos fazendo intercooperação com a Selita. Nós fornecemos ração para os cooperados e a Selita vai prestar serviços envazando leite UHT. Isso é intercooperação”, afirma Denilson Potratz, presidente da Coopeavi.
Em uma entrevista em fevereiro deste ano, o presidente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e titular da Academia Nacional de Agricultura, Márcio Lopes de Freitas, falou da importância da conexão entre as várias cooperativas. “Intercooperação não é uma questão de ideologia e, sim, de economia, de gerar resultados, de garantir mais valor na entrega”, disse Freitas.
“O movimento cooperativista precisa liderar o processo de mudanças que estamos vendo hoje em dia na humanidade, principalmente nas novas gerações, que buscam diferenciais e uma participação mais forte. O cooperativismo tem tudo a ver com isso, pelo modelo democrático de ser e pelas oportunidades de desenvolvimento. Queremos ser menos proprietários e mais usuários”, completou.

E o dever de casa está sendo feito em solo capixaba. Isso ficou claro na inauguração da fábrica da Selita, como disse o superintendente do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira. “Hoje é um dia de festa não só para a Selita, mas para o cooperativismo capixaba. É um dia histórico. A Selita presenteia cooperados e comunidade, com essa indústria, a maior e mais moderna do Espírito Santo”.





