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Entramos agora na fase da colheita de um dos produtos mais importantes da agricultura brasileira: o café. O Brasil é o maior produtor de grão no mundo exportando mais de 35,15 milhões de sacas por ano.
O Espírito Santo é o maior produtor nacional de café conilon e este é um período importante para os produtores. No Noroeste do estado, a pandemia do coronavírus exigiu dos produtores novas atitudes para a realização da panha de café, principalmente devido à preocupação em faltar mão de obra.
É o caso do sócio e conselheiro fiscal da Cooabriel, Cirineu Manzoli, que tem uma propriedade em Córrego Queixada, Vila Valério. O produtor iria trazer mão-de-obra de Alagoas para a colheita, mas em razão do coronavírus e o preço das passagens teve uma grande alta e todos os trabalhadores desistiram.
A princípio, ele está contando com a ajuda dos vizinhos. “Mais para frente penso em comprar uma máquina, já que é possível fazer parte da colheita de forma mecanizada, mas o custo é bem alto ”, disse.
A alternativa para alguns produtores de café também tem sido buscar trabalhadores locais, que antes tinham outra fonte de renda, mas agora estão desempregados, já que a pandemia causou uma crise financeira.
O sócio Wenceslau Coan, de Nova Venécia, preferiu dar oportunidade a trabalhadores do município, priorizando grupos familiares. Ele iniciou uma coleta seletiva, quando colhe apenas os grãos que já estão maduros. Daqui a duas semanas irá retomar a colheita. “Muitas pessoas vêm em busca de oportunidade de trabalho, mas infelizmente não posso contratar todos. Eles, então, buscam as propriedades ao redor ”, explicou.
Já o produtor e sócio Jaeder Fiorentini, de Águia Branca-ES já está com o café no ponto para a colheita porque trabalha com clones, no entanto, acredita que seus meeiros terão dificuldade para encontrar mão-de-obra, já que a maioria viria da Bahia e de Minas Gerais. “A minha orientação para todos é que sigam as recomendações do Ministério da Saúde, com o uso de álcool em gel e máscaras ”, afirmou.
Colheita antecipada não é recomendada
Os produtores já iniciaram a colheita do café conilon na área de ação da Cooabriel. Há movimentação no Armazém da cooperativa, localizado em São Gabriel da Palha. Segundo o gerente José Carlos Azevedo, a cooperativa está pronta para receber a safra com as medidas de segurança orientadas pelo governo. Além disso, a qualidade dos grãos está dentro do esperado. “Apesar da pandemia, todo o café que chega ao nosso armazém está dentro dos padrões ”, explicou.
Em algumas regiões de ação da cooperativa, a maturação dos grãos atende o esperado, especialmente os cafés das variedades precoces, contudo, a realidade da grande maioria é que os grãos ainda estão bem verdes e produtores iniciam a colheita mesmo assim.
O coordenador técnico da Cooabriel, Perseu Fernando Perdoná, alerta que muitos produtores realmente colhem o café verde por dificuldade financeira ou receio de não conseguir mão-de-obra. “Para a maioria esse ainda não é o momento ideal para iniciar a colheita, pois o percentual de maturação dos frutos ainda não atingiu o recomendado de 80%. A colheita precipitada quando os frutos ainda estão 50% verdes pode causar uma perda de até 13% no rendimento final, além de comprometer o tipo do café ”, ressaltou.
O presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, também esclarece os riscos de uma colheita antes da maturação dos grãos. “O momento ideal para colheita de café é um dos aspectos que contribui para a qualidade da produção. A colheita antecipada preocupa, pois os frutos ainda não completaram o seu ciclo de maturação ”, disse.
Com um cenário de tantas incertezas, ainda não é possível prever o percentual de quebra nesta safra. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) decidiu alterar a programação do acompanhamento da safra desta cultura. O levantamento de campo que seria feito pelos técnicos da empresa no início do mês de maio, conforme cronograma previsto, foi transferido para o período entre o final de maio e junho. Com isso, a divulgação dos números de produção, área e produtividade, que seria feita no dia 19/05, passa para 18/06. O motivo da mudança deve-se às ações de prevenção na fase de pandemia do coronavírus (COVID-19).
O gerente corporativo comercial de café da Cooabriel, Edimilson Calegari, afirma que uma expectativa sobre os números da colheita na região será possível a partir do dia 4 de maio. “Enquanto isso, temos alertado os sócios a não fazer uma colheita de forma precipitada, já que o café colhido verde perde até 10% no peso e isso é lucro que está sendo jogado fora. Além disso, é fundamental seguir todas as orientações do Ministério da Saúde, já divulgadas pela Cooabriel por meio de cartilha, para garantir a saúde de todos os trabalhadores ”, finalizou.




