Mobilização de parceiros da Exposul Rural já rendeu 20 mil máscaras

Juntamente com os principais parceiros, os realizadores da feira agropecuária fomentaram a produção de máscaras protetivas, numa rede que só cresce no Sul do Espírito Santo

*Fotos: Divulgação

Com o adiamento da Exposul Rural 2020 por causa da pandemia da Covid-19, a organização do evento, que aconteceria este mês em Cachoeiro de Itapemirim, contornou a situação engajada num movimento além do agronegócio.

Juntamente com os principais parceiros, os realizadores da feira agropecuária fomentaram a produção de máscaras protetivas, numa rede que só cresce no Sul do Espírito Santo. Até esta sexta-feira (24), o grupo produziu 20 mil máscaras.

Segundo Zaira Paiva, uma das organizadoras, ao sondar as atividades dos parceiros durante o período de quarentena descobriu que a maioria estava produzindo máscaras para a família ou apoiando algum projeto social de doação do acessório.

“Uns estavam com dificuldade de conseguir tecido, outros, elástico, daí criamos um grupo de WhatsApp que facilitou o entrosamento e a aquisição de material ”, conta Zaira.

O grupo cresceu para 200 pessoas, não necessariamente parceiros da Exposul Rural, como também representantes de associações e entidades sociais, a exemplo do grupo de professores da Ufes Alegre e da Cooperativa de Costureiras de Muqui.

Todos os dias surgem novas ideias no grupo de troca de mensagens pelo celular. O movimento tem sido tão intenso que foi necessário criar um grupo no Facebook para as mensagens não passarem em vão e concentrar as informações.

“Isso é a cara da Exposul Rural, conectar pessoas e instituições. O movimento era totalmente fora do previsto, mas acabou dando resultados interessantes neste período ”, completa Zaira Paiva.

A Exposul Rural 2020 foi adiada para acontecer entre os dias 05 e 09 de agosto, no Parque de Exposições de Cachoeiro de Itapemirim, com oferta de diversos tipos de produtos, serviços, máquinas e equipamentos.

Reinvenção na crise

No início da pandemia, tudo parecia não ter saída para um empresário de Jerônimo Monteiro. Proprietário de uma fábrica de botinas, bolsas e luvas, Douglas Boldrini Júnior se lamentou com a organização da Exposul Rural por não saber o que fazer para manter as finanças durante o isolamento social.

No ano passado, Boldrini comprou uma máquina para fabricar luvas para colhedores de café. Com a evolução do novo coronavírus e as limitações na safra do grão, ele chegou a dispensar as costureiras e parado a produção, quando a organização da feira comentou do grupo das máscaras.

As máquinas para produção das luvas passaram a serem usadas na fabricação das máscaras protetivas. O empresário começou vendendo a unidade a R$ 3,00 e já está conseguindo manter um preço de custo inferior.

Com o ritmo alto da produção, esta semana contratou mais 20 costureiras, que fabricam cerca de 5.000 máscaras por dia e já tem contrato para entregar 10 mil unidades em todo o Brasil.

Sobre o autor Leandro Fidelis Formado em Comunicação Social desde 2004, Leandro Fidelis é um jornalista com forte especialização no agronegócio, no cooperativismo e na cobertura aprofundada do interior capixaba. Sua trajetória é marcada pela excelência e reconhecimento, acumulando mais de 25 prêmios de jornalismo, incluindo a conquista inédita do IFAJ Star Prize 2025 para um jornalista agro brasileiro. Com experiência versátil, ele construiu sua carreira atuando em diferentes plataformas, como redações tradicionais, rádio, além de desempenhar funções estratégicas em assessoria de imprensa e projetos de comunicação pública e institucional. Ver mais conteúdos