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Tecnologia

Nova tecnologia orienta produtores a recompor vegetação nativa

por Redação Conexão Safra

em 20/04/2018 às 0h00

5 min de leitura

Nova tecnologia orienta produtores a recompor vegetação nativa

Maurício Lopes, presidente da Embrapa, salienta que “o sistema de pesquisa agropecuária no Brasil tem dado contribuições significativas para desenvolver e disseminar inovações que viabilizem sistemas agrícolas de baixo impacto e mais sustentáveis ”. Foto: Jorge Duarte



O produtor rural conta agora com uma nova ferramenta que fornece orientações para a recomposição da vegetação nativa de sua propriedade. Disponível de forma gratuita pela Internet, o
WebAmbiente
foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.


O objetivo é proporcionar soluções tecnológicas e serviços para a adequação ambiental da paisagem rural no Brasil, facilitando a tomada de decisão por parte dos produtores.


“Com essa ferramenta, é possível reunir informações sobre o uso de espécies nativas para a recuperação ambiental nos diferentes biomas brasileiros. Para o produtor, a ferramenta faz recomendações sempre de acordo com o novo Código Florestal Brasileiro ”, explica o presidente da Embrapa e membro da Academia Nacional de Agricultura, Maurício Lopes.


O sistema de informação interativo inclui o maior banco de dados já produzido no Brasil sobre espécies vegetais nativas e estratégias para a recomposição do meio ambiente.


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“A ferramenta oferece, por exemplo, um simulador de recomposição com sugestões específicas para a área que o produtor quer recuperar, como recomendações de boas práticas para o preparo inicial do local, indicação de estratégias mais adequadas às condições locais e até uma lista de espécies nativas mais apropriadas para plantio ”, destaca Lopes.


Ele acrescenta que “nas estratégias de recomposição, o sistema indica técnicas de regeneração natural com ou sem manejo, plantio em área total e adoção dos sistemas agroflorestais, que podem se basear na sucessão ecológica, em que árvores exóticas ou nativas são cultivadas em consórcio com culturas agrícolas ”.


CONTRIBUIÇÕES


Segundo o presidente da Embrapa, “o sistema de pesquisa agropecuária no Brasil tem dado contribuições significativas para desenvolver e disseminar inovações que viabilizem sistemas agrícolas de baixo impacto e mais sustentáveis, em resposta às crescentes preocupações acerca dos impactos da agricultura sobre a nossa base de recursos naturais ”.


Lopes chama a atenção para algumas dessas inovações como o plantio direto, que colabora para diminuir a erosão, melhorar a qualidade geral do solo e promover a recarga de aq&uuml,íferos, a fixação biológica de nitrogênio (FBN), responsável pela redução da quantidade de fertilizantes químicos aplicados a cultivos como a soja, o controle biológico, que diminui a necessidade de controle químico de pragas e doenças em vários sistemas de produção, e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).


SISTEMAS INTEGRADOS


“O aumento da produção agropecuária deve ser obtido, prioritariamente, por meio do aumento de eficiência e produtividade. Acreditamos que os sistemas integrados como o ILPF vão se constituir na próxima revolução agrícola no cinturão tropical do globo, com a liderança inconteste do Brasil ”, ressalta o acadêmico.


Para ele, as inovações tecnológicas são fundamentais para a sustentação do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC).


“Diversas propriedades brasileiras já vêm adotando a lógica dos sistemas integrados com grande sucesso. Em breve, esses sistemas permitirão produzir carne, grãos, fibras e energia com emissões líquidas de carbono muito baixas ou, em algumas situações, com captura maior que emissão. Será um grande feito que vai projetar a agropecuária brasileira como uma das mais sustentáveis do mundo ”.


SOLUÇÕES


Lopes acrescenta que, atualmente, ”a Embrapa trabalha na oferta de soluções para a diversificação, especialização e agregação de valor, com segurança e qualidade, criando também mais oportunidades para a agroindústria brasileira, em especial em mercados mais competitivos, sofisticados e rentáveis ”.


De acordo com o acadêmico, “a agricultura do futuro deverá contribuir na promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas, com oferta de alimentos de maior densidade nutricional e com novas funcionalidades, ajudando o mundo a lidar com o desafio da segurança nutricional ”.


Lopes disse ainda que a pesquisa deverá ajudar os agricultores a incorporar soluções modernas da transformação digital e da automação no campo, para garantir um número maior de máquinas, equipamentos e sensores, diante do fato de que a mão-de-obra no campo está cada vez mais escassa e cara.


“Qualidade, segurança, eficiência, com incorporação de componentes renováveis e de baixo impacto ambiental, boas práticas de produção, sistemas integrados, reciclagem e uso responsável dos recursos água, solo e biodiversidade, além de atenção ao trinômio alimento, nutrição e saúde, estão entre os conceitos e requisitos que marcam a agenda da pesquisa agropecuária para a construção da agricultura brasileira do futuro ”, conclui.


fonte: SNA.AGR


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