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Soja no ES: com bom resultado no cultivo, produtores buscam alternativas para comercializar o grão

por Rosimeri Ronquetti

em 28/03/2024 às 0h05

3 min de leitura

Soja no ES: com bom resultado no cultivo, produtores buscam alternativas para comercializar o grão

Fotos: arquivo

Matéria publicada originalmente 12/12/2022

Após a bem-sucedida experiência com o cultivo de trigo , os irmãos Arthur (38) e Lucas Orletti Sanders (36), da Fazenda Joaquim Ferreira Sanders, em Pinheiros, no Norte capixaba, investiram na produção de soja. O plantio feito com a variedade FT 4280 iPro ocorreu no primeiro semestre deste ano. Ao todo foram plantados 80 hectares, um investimento de R$ 300 mil. Em setembro, a dupla colheu 180 toneladas de grãos.

Uma experiência positiva, segundo Arthur. “É muito viável. A soja casa bem com as outras culturas que plantamos, milho, trigo, abóbora, completamente diferentes, e conseguimos diminuir o nível de pragas e doenças nas lavouras, porque quebramos ciclos. O valor investido foi relativamente pequeno para o tamanho da área, porque a soja produz o próprio nitrogênio. Além disso, no Estado não há plantio de soja, então não existe pressão de doença. Ela passou um período grande sem ataque de pragas e doenças”, destaca o produtor.

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Mas, se do ponto de vista do cultivo foi um bom negócio, o sucesso da operação, no entanto, esbarra na comercialização. Embora aqui se consuma produtos derivados da soja, não existe mercado para o grão do Espírito Santo, o que torna o plantio em solo capixaba um desafio. Toda produção foi vendida para uma fábrica de ração de Minas Gerais.

O potencial aqui é muito grande, mas não existe beneficiamento. Temos um porto que exporta soja, mas só recebe carga via ferroviária. E não existe embarque aqui, só em Minas Gerais. Como a soja vendida para outros Estados sofre a perda de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além do custo com o frete, perdemos em torno de R$ 12 por saca, de imposto. Se torna uma operação bem custosa, diminuindo as margens”, salienta Arthur.

 

Alternativas

Uma saída imediata e que os irmãos já pensam em adotar é produzir para o mercado de semente. “Estamos tentando parcerias com algumas empresas que fazem semente. No Espírito Santo não existe vazio sanitário, período contínuo, de no mínimo 90 dias, em que não pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento em uma área determinada, o que possibilita plantar o ano todo. Essa venda teria um incremento de 40% a 50% do valor de cotação porque é um produto com maior valor agregado”.

Outra opção é o beneficiamento. Com o bom resultado obtido na Fazenda Joaquim Ferreira Sanders, alguns produtores da região se interessaram no cultivo do grão.  “Pensamos em nos unir e fazer o investimento na fábrica. Não é impossível, por isso estudamos também essa possibilidade. O mercado de farelo e óleo de soja é muito grande e se beneficiar aqui dentro do Estado, conseguimos vender aqui mesmo e com valor agregado”, conclui.

 

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