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Irmãos Marrinha: 6 anos depois, novos investimentos levam à nova revolução no curral

*Fotos: Claudio Costa/Divulgação

Matéria publicada originalmente 14/09/2022

Desde que noticiamos a “Revolução no curral” comandada pelos Irmãos Marrinha na capa da edição nº 22 (julho-agosto/2016), muita coisa mudou na produção de leite dos três pecuaristas de Vinhático, distrito de Montanha, no Extremo Norte capixaba. Se antes o trio já fazia milagre com alta produtividade na região castigada pela seca, agora a família comemora os resultados dos novos investimentos na atividade.

Pioneiros na produção de silagem de milho e cana-de-açúcar para alimentar o rebanho na região, os irmãos Alex, Odirlei, o “Lelei” e Renato de Oliveira passaram a confinar vacas leiteiras em sistema de Compost Barn. O primeiro galpão foi construído entre o final de 2017 e início de 2018 e, devido ao sucesso, outra estrutura foi erguida em julho de 2021.

Os antigos piquetes foram extintos para confinar 100% do rebanho de 150 vacas Girolando (dentre Meio Sangue e ¾) no composto. Enquanto o primeiro galpão, de 1.750 m², comporta 110 animais, o segundo, com 700m², tem 40 animais confinados com todo o conforto necessário para alavancar a produção.

Segundo Renato, o caçula, as 150 vacas em lactação produzem média de 22 litros cada, totalizando 3.330 litros de leite/dia. Antes da implantação do sistema, a média do rebanho em piquetes era de 17 litros/vaca. Além disso, a reprodução e a sanidade do rebanho aumentaram e custo por animal se manteve.

A cama de palha de café e maravalha é trocada uma vez por ano. O material orgânico é todo jogado nas lavouras de milho e cana. Por ser rico em nutrientes, houve diminuição da adubação química nos plantios. “O valor economizado com uso de adubos é revertido na reposição da cama no galpão”, conta Renato.

Agora, as vacas ficam no conforto do ventilador e não precisam sair à procura de alimento, que vai até os animais. “Melhorou muito. O conforto dos animais é totalmente diferente, pois o estresse térmico diminuiu”, afirma o criador.

Venda de silagem

A pecuária de leite é uma atividade que não garante retorno financeiro o ano todo. Em geral, pecuaristas como os Marrinha fecham uma parte do ano no vermelho, embora, atualmente, o preço dos insumos e o pago pelo leite encontram-se numa boa fase.

Apesar da venda do leite garantida junto ao Laticínios Damare e da rentabilidade do Compost Barn, há quatro anos os irmãos passaram a vender silagem para outros produtores no período mais seco do ano, compreendido entre julho e outubro. A venda do suplemento já representa de 30% a 40% do faturamento da propriedade, de 22 alqueires.

A fazenda tem 6 hectares cultivados com capim-açu, 11 ha com cana e 35 ha de milho. Por mês, são comercializados 30 mil sacos de 25 kg com clientes do Sul do Espírito Santo e da Bahia e Leste de Minas Gerais.

Sobre o autor Leandro Fidelis Formado em Comunicação Social desde 2004, Leandro Fidelis é um jornalista com forte especialização no agronegócio, no cooperativismo e na cobertura aprofundada do interior capixaba. Sua trajetória é marcada pela excelência e reconhecimento, acumulando mais de 25 prêmios de jornalismo, incluindo a conquista inédita do IFAJ Star Prize 2025 para um jornalista agro brasileiro. Com experiência versátil, ele construiu sua carreira atuando em diferentes plataformas, como redações tradicionais, rádio, além de desempenhar funções estratégicas em assessoria de imprensa e projetos de comunicação pública e institucional. Ver mais conteúdos